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Novas Perspectivas sobre o Início e Propagação da Doença de Parkinson

Novas Perspectivas sobre o Início e Propagação da Doença de Parkinson
Academia Médica
abr. 12 - 3 min de leitura
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A etiologia e a propagação da Doença de Parkinson têm sido temas de intensos debates na comunidade científica nos últimos anos. Tradicionalmente, discutia-se se as origens da doença estavam no cérebro ou fora dele, com foco principal no sistema gastrointestinal ou no olfativo. Recentemente, um artigo publicado no Journal of Parkinson's Disease em comemoração ao Dia Mundial da Doença de Parkinson, e divulgado em Science Daily em 11 de abril de 2024,  trouxe novas perspectivas que podem transformar nossa compreensão e abordagem em relação a esta condição neurológica.

Desenvolvido por Per Borghammer, da Universidade de Aarhus, e outros renomados especialistas, o artigo propõe uma teoria unificada que combina os modelos "cérebro-primeiro" e "corpo-primeiro". Essa abordagem sugere que os agentes patogênicos, especialmente proteínas tóxicas como a alfa-sinucleína, podem originar-se tanto no centro olfativo do cérebro quanto no trato intestinal, dependendo da via de exposição a toxinas ambientais específicas.

A exposição a pesticidas, como o paraquat, solventes usados em lavanderias a seco e desengraxantes, como tricloroetileno (TCE) e percloretileno (PCE), e ainda a poluição atmosférica, foram identificados como fatores ambientais críticos. Estes agentes são capazes de induzir a formação de alfa-sinucleína tóxica, que se acumula e propaga-se no cérebro, levando à disfunção e morte de células nervosas, especialmente aquelas que produzem dopamina, crucial para o controle motor.

Importante destacar, a doença pode começar com a inalação de produtos químicos que atingem o cérebro pelo nervo olfativo, ou pela ingestão de substâncias que afetam inicialmente o sistema nervoso intestinal, espalhando-se posteriormente pelo cérebro e medula espinhal. Essas diferentes vias de exposição podem explicar as variações nos sintomas e na progressão da doença entre os pacientes.

Ray Dorsey, MD, co-autor do estudo e professor de Neurologia na Universidade de Rochester, enfatiza que a Doença de Parkinson deve ser vista como uma doença sistêmica com raízes ligadas a fatores ambientais. Ele propõe que a compreensão dessas conexões pode não apenas esclarecer muitos dos mistérios da doença, mas também abrir portas para a prevenção.

Este novo modelo tem implicações significativas não apenas para a Doença de Parkinson, mas também pode ajudar a entender como exposições ambientais contribuem para outras desordens cerebrais como autismo, Esclerose Lateral Amiotrófica e Alzheimer. Um simpósio organizado por Dorsey e sua equipe irá explorar mais a fundo estas conexões em um evento em Washington, DC.

Estas descobertas reforçam a urgência de aumentar a conscientização pública e regulamentar substâncias tóxicas, potencialmente prevenindo milhares de casos futuros de doenças neurológicas relacionadas. A pesquisa, que une ciência de ponta com questões de saúde pública, sinaliza uma era promissora na luta contra a Doença de Parkinson e outras condições neurológicas similares.


Para aprofundar o seu conhecimento nas descobertas deste estudo, disponibilizamos aqui, o link de acesso ao estudo na íntegra. 



Referência: 

University of Rochester Medical Center. "Parkinson's Disease: New theory on the disease's origins and spread." ScienceDaily. ScienceDaily, 11 April 2024. <www.sciencedaily.com/releases/2024/04/240411130149.htm>.


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