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Avanços em Terapias Abrem Caminho para a Cura de Doenças Autoimunes

Avanços em Terapias Abrem Caminho para a Cura de Doenças Autoimunes
Academia Médica
jan. 23 - 4 min de leitura
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O campo das doenças autoimunes está passando por uma transformação significativa com o surgimento de novas abordagens terapêuticas que visam restaurar a tolerância imunológica, um desvio da supressão imune sistêmica tradicional. Esses avanços representam uma esperança renovada de tratamentos mais eficazes e possivelmente curativos para condições como diabetes tipo 1, lúpus e esclerose múltipla. 

Esta visão inovadora é destaque em um artigo da Nature, de 22 de janeiro de 2024, que detalha os esforços pioneiros e os resultados promissores dessas novas abordagens, marcando um potencial ponto de virada no tratamento de doenças autoimunes.


Pere Santamaria, da Universidade de Calgary, tem sido pioneiro no uso de nanopartículas de óxido de ferro para mapear células imunes envolvidas na diabetes. Essas nanopartículas, chamadas navacims, são adornadas com complexos de histocompatibilidade principal, que imitam células apresentadoras de antígenos, induzindo a transformação de células T em células T regulatórias no local da inflamação. Este mecanismo inovador demonstra potencial para reverter sintomas em modelos de diabetes tipo 1.

No campo da imunoterapia celular, estratégias baseadas em células T regulatórias estão sendo exploradas. Segundo o artigo, pesquisadores como Jeffrey Hubbell estão investigando a manipulação da tolerância periférica, particularmente no fígado, um local chave para a indução de tolerância imunológica. Eles descobriram uma técnica para direcionar antígenos ao fígado, promovendo a tolerância imune em modelos animais de doenças semelhantes à esclerose múltipla.

As terapias CAR-T, tradicionalmente usadas em oncologia, estão sendo adaptadas para doenças autoimunes. Essas terapias direcionam especificamente as células imunes contribuintes para a doença, com resultados promissores mostrando remissões duradouras em condições como lúpus.

O papel das células B em doenças autoimunes também está sendo reavaliado. Aimee Payne está liderando esforços para desenvolver terapias CAAR-T que visam células B autoreativas em doenças como o pênfigo vulgar, oferecendo um tratamento mais direcionado e possivelmente menos invasivo.

Apesar desses avanços empolgantes, Lawrence Steinman da Universidade de Stanford aconselha cautela, destacando o histórico de abordagens promissoras que falharam em obter aprovação clínica. Esta visão sublinha a importância de continuar a pesquisa rigorosa e os ensaios clínicos para entender completamente os mecanismos e a eficácia dessas novas terapias.

Embora os desafios permaneçam, o potencial para mudanças significativas na gestão dessas doenças é evidente.

Fonte:  Willyard, C., 2024 - Nature

A figura, extraída do conteúdo original, sintetiza visualmente as abordagens terapêuticas descritas. Ela destaca três métodos principais pelos quais a pesquisa atual está tentando estabelecer tolerância imunológica em doenças autoimunes:

  1. Leveraging the Liver: Demonstrando a estratégia de direcionar antígenos para o fígado - um método que, como detalhado anteriormente, está sendo investigado por Jeffrey Hubbell e sua equipe.

  2. Nanoparticle Presenters: Ilustrando como as nanopartículas podem ser usadas para apresentar antígenos às células T e induzi-las a se tornarem células T regulatórias, uma técnica inovadora liderada por Pere Santamaria.

  3. B-cell Killing: Representando as terapias CAAR-T que direcionam as células T para atacar seletivamente células B autoreativas, uma abordagem em que Aimee Payne está à frente.

A compreensão destes caminhos é fundamental para avançarmos rumo a tratamentos que não apenas aliviem os sintomas, mas que possam oferecer uma cura duradoura para doenças autoimunes.  Espera-se que as estratégias destacadas nas imagens contribuam para avanços clínicos significativos nos próximos anos


Referência: 

Willyard, C. (2024, January 23). Can autoimmune diseases be cured? Scientists see hope at last. Nature. https://doi.org/10.1038/d41586-024-00169-7


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