O método científico refere-se a um aglomerado de regras básicas dos procedimentos que produzem o conhecimento científico. Tem os seguintes precursores:
Galileu Galilei
Partiu da teoria aristotélica (ética, lógica e física). Foi um precursor teórico do método experimental, preconizou que o conhecimento íntimo das coisas deveria ser substituído pelo conhecimento das leis gerais que condicionavam as ocorrências. O método pode ser rotulado de indução experimental, pois é a partir da observação de casos particulares que se propõe a chegar em uma lei geral.
- Observação de fenômenos - análise das partes, estabelecendo relações quantitativas - indução de hipóteses - verificação de hipóteses (experimentação) - generalização dos resultados - confirmação das hipóteses - estabelecimento de leis gerais.
Portanto, Galileu sugeriu partir do particular para o geral (indução), mas com base na experimentação.
Francis Bacon
Contemporâneo de Galileu, destaca serem essenciais a observação e a experimentação dos fenômenos, reiterando que a verdade de uma afirmação só poderá ser proporcionada pela experimentação.
- Realização de experimentos sobre o problema - análise dos resultados - formulação de hipóteses - repetição dos experimentos em outros locais e por outros cientistas, com a finalidade de acumular novos dados que servirão para a formulação de hipóteses - teste das hipóteses com nova repetição experimental - formulação de leis gerais para o fenômeno estudado.
Nessa sequência experimental, é possível aumentar a intensidade daquilo que se presume ser a causa a diferentes objetos ou aplicando um fator contrário à suposta causa, com a finalidade de verificar se o efeito contrário acontece. Portanto, é chamado de "método das coincidências constantes".
René Descartes
Propõe um processo que se afasta em essência dos anteriores. Em vez de usar a interferência indutiva, utiliza a interferência dedutiva (do geral para o particular). A certeza somente poderá ser alcançada pela razão.
- Evidência (não aceitar jamais como verdadeira uma coisa que não se reconheça evidentemente como verdadeira, abolindo a precipitação, o preconceito e os juízos subjetivos) - análise (dividir as dificuldades em tantas partes quantas forem possíveis e necessárias para resolvê-las) - síntese (conduzir ordenadamente o pensamento, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, até culminar com os objetos mais complexos, em uma sequência natural de complexidade crescente) - enumeração (realizar sempre discriminações e enumerações mais completas e revisões mais gerais, de forma a se ter certeza de nada haver sido omitido).
O método científico consiste dos seguintes aspectos:
Observação - Uma observação pode ser feita de forma simples, ou seja, é realizada a olho nu, ou pode utilizar-se de instrumentos apropriados. Todavia, deve ser controlada com o objetivo de que seus resultados correspondam à verdade e não a ilusões advindas das deficiências inerentes próprias dos sentidos humanos em obter a realidade [1, 2].
Levantamento de hipóteses - É importante que um experimento seja baseado nas hipóteses levantadas pelo autor que serão confirmadas ou não pelo restante dos passos a seguir. Elas são norteadores e primordiais para que um experimento seja confirmado [1, 2].
Descrição - O experimento necessita ser replicável (capaz de ser reproduzido). É importante especificar que se fala aqui dos procedimentos necessários para testarem-se as hipóteses, e não dos fatos em si, que não precisam ser antropogenicamente reproduzidos, mas apenas verificáveis [1, 2].
Previsão - As hipóteses precisam ser tidas e declaradas como válidas para observações realizadas no passado, no presente e no futuro [1, 2].
Controle - Para maior segurança nas conclusões, toda experiência deve ser controlada. Experiência controlada é aquela que é realizada com técnicas que permitem descartar as variáveis passíveis de mascarar o resultado [1, 2].
Falseabilidade - toda hipótese deve conter a testabilidade, e por tal falseabilidade ou refutabilidade. Isso não quer dizer que a hipótese seja falsa, errada ou tão pouco dúbia ou duvidosa, mas sim que ela pode ser verificada, contestada. Ou seja, ela deve ser proposta em uma forma que a permita atribuir-se a ela ambos os valores lógicos, falso e verdadeiro, de forma que se ela realmente for falsa, a contradição com os fatos ou contradições internas com a teoria venha a demonstrá-lo [1, 2].
Explicação das Causas - Em todas as áreas da ciência a causalidade é fator chave, e não se tem teoria científica - ao menos até a presente data - que viole a causalidade. Nessas condições os seguintes requisitos são vistos como importantes no entendimento científico [1, 2]:
- Identificação das causas;
- Correlação dos eventos - As causas precisam ser condizentes com as observações, e as correlações entre observações e evidências devem realmente implicar relação de causa efeito.
- Ordem dos eventos - As causas precisam preceder no tempo os efeitos observados.
Referências:
[1] https://biologo.com.br/bio/aspectos-do-metodo-cientifico/
[2] https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000300015