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O Papel dos Genes e do Ambiente no Risco de Doenças

O Papel dos Genes e do Ambiente no Risco de Doenças
Comunidade Academia Médica
jul. 30 - 3 min de leitura
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Um estudo conduzido pela Penn State College of Medicine, publicado na revista Nature Communications, traz atualizações sobre a complexa interação entre fatores genéticos e ambientais no desenvolvimento de doenças. A pesquisa, liderada por Bibo Jiang, professor assistente de ciências da saúde pública, e Dajiang Liu, professor e diretor de inteligência artificial e informática biomédica, utilizou uma amostra nacional representativa para desvendar como esses fatores contribuem para o risco de doenças.

O estudo aproveitou dados do IBM MarketScan, que contém registros de saúde de mais de 50 milhões de indivíduos com seguros de saúde baseados em empregadores nos Estados Unidos. A equipe analisou informações de mais de 257.000 famílias, abordando 1.083 doenças, e enriqueceu esses dados com informações ambientais disponíveis publicamente, incluindo dados climáticos e socioeconômicos, além de níveis de matéria particulada 2,5 (PM2.5) e dióxido de nitrogênio (NO2).

Principais Descobertas do Estudo:

Revisão do Impacto Genético: Anteriormente, estudos atribuíam 37,7% do risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 à genética. O novo modelo ajustado para fatores ambientais reduziu essa estimativa para 28,4%, sugerindo que fatores ambientais têm um papel mais significativo do que o previamente reconhecido. A contribuição genética para o risco de obesidade também foi reduzida de 53,1% para 46,3%.

Influência Distinta dos Poluentes: O estudo separou os efeitos de dois poluentes específicos, PM2.5 e NO2, encontrando relações causais distintas com condições de saúde. Enquanto o NO2 mostrou uma relação causal direta com condições como colesterol alto, síndrome do intestino irritável e diabetes tipos 1 e 2, o PM2.5 foi mais diretamente associado a problemas de função pulmonar e distúrbios do sono.

Modelo SMILE (Spatial Mixed Linear Effect): O modelo desenvolvido, que combina dados genéticos e geolocalização, permite uma melhor compreensão dos fatores de risco comunitários, proporcionando estimativas mais precisas da hereditariedade genética das doenças ao desconsiderar fatores ambientais compartilhados por membros da mesma família ou comunidade.

Essas descobertas ressaltam a importância dos fatores ambientais nas análises de risco de doenças, que muitas vezes são mais facilmente modificáveis do que os fatores genéticos. Além disso, oferecem esperança de que mudanças no estilo de vida e no ambiente possam significativamente diminuir o risco de doenças, mesmo para aqueles com histórico familiar.

Impacto para a Medicina de Precisão:

Este estudo é particularmente relevante na era da medicina de precisão, onde um entendimento mais aprofundado dos fatores de risco permite prever melhor as doenças e desenhar intervenções mais eficazes. Ele também destaca a necessidade de abordagens holísticas na saúde pública que integrem a genética e o ambiente para combater as doenças de maneira mais efetiva.



Referência:

Medical Xpress. (2024, July 30). Genes or environment? A new model for understanding disease risk factors. Medical Xpress. https://medicalxpress.com/news/2024-07-genes-environment-disease-factors.html


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