Um colega médico me perguntou o que Medicina e Filosofia têm em comum, intrigado com a minha dupla formação acadêmica. Disse-lhe que:
Embora o denominado “método científico” tenha separado essas duas disciplinas, defendo que a Filosofia possa responder questões humanas importantes que fazem parte da rotina de um médico, tais como o sofrimento e a subjetividade dos nossos pacientes, sua morte, suas dores, sua dignidade e autonomia, e tantos outros princípios e questões com os quais convivemos e aos quais nos acostumamos ao longo dos anos, sem nem ao menos nos darmos conta de cada um deles.
Se pensarmos que a finalidade da Medicina e seu objeto de estudo permanecem sendo o doente em si, nada mais necessário do que tentarmos diminuir a distância entre ela e a Filosofia.
Além disso, questões éticas atualíssimas envolvendo a ciência, e também a nossa profissão, podem ser muito mais questões filosóficas do que científicas propriamente ditas.
Assim, respondo ao meu colega de profissão: “sendo eu capaz de refletir sobre uma com base na outra, acho, então, que tornei-me uma médica melhor após a Universidade.
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