Um artigo da JAMA Oncology destaca uma área emergente da medicina conhecida como cardio-oncologia, que foca na preservação da saúde cardíaca durante o tratamento do câncer. Este campo interdisciplinar envolve a colaboração entre cardiologistas, especializados em condições cardíacas e vasculares, e oncologistas. A integração desses especialistas é crucial para monitorar e gerenciar os efeitos cardiovasculares potencialmente adversos dos tratamentos oncológicos.
Fonte: Mysore M, Singhi D, Singhi EK., 2024
💙 Complicações Cardíacas Associadas ao Tratamento do Câncer:
Cardiomiopatia: Danos ao músculo cardíaco que dificultam o enchimento e a bombeamento do sangue.
Arritmias: Ritmos cardíacos irregulares, que podem ser demasiadamente rápidos, lentos ou inconsistentes.
Doença Pericárdica: Inflamação ou dano ao pericárdio, a membrana que envolve o coração.
Hipertensão: Pressão arterial elevada que pode surgir como efeito colateral do tratamento.
Eventos Tromboembólicos: Formação de coágulos que bloqueiam o fluxo sanguíneo.
Isquemia Miocárdica: Redução do fluxo sanguíneo ao coração, podendo levar a dores torácicas ou infartos.
Disfunção Valvular: Danos às válvulas cardíacas que regulam o fluxo sanguíneo.
Efeitos Tóxicos Vasculares: Dano aos vasos sanguíneos que podem comprometer a circulação normal.
💙 Ferramentas Diagnósticas e Monitoramento:
Ecocardiografia: Utilização de ultrassom para visualizar a função cardíaca.
Ressonância Magnética Cardíaca (MRI): Fornece imagens detalhadas do coração, embora seja mais custosa e menos acessível.
Eletrocardiograma (ECG): Avalia a atividade elétrica do coração para detectar arritmias.
Biomarcadores Cardíacos: Indicadores no sangue, como troponina e peptídeo natriurético cerebral N-terminal (BNP), que ajudam a prever riscos de danos cardíacos.
💙 Abordagens de Tratamento:
Tratamentos multidisciplinares envolvendo ambos cardiologistas e oncologistas para gerenciar e tratar complicações cardíacas sem interromper o tratamento do câncer.
Uso de medicamentos como beta-bloqueadores e inibidores da enzima conversora de angiotensina (ACE) para apoiar a função cardíaca.
Estratégias preventivas focando em riscos modificáveis, como controle da pressão arterial, do colesterol, obesidade e tabagismo.
A cardio-oncologia é fundamental para uma abordagem holística do tratamento do câncer, visando não apenas a eficácia oncológica, mas também a preservação da qualidade de vida do paciente ao minimizar os impactos cardíacos. Este artigo reforça a importância da vigilância contínua e da intervenção precoce para otimizar os resultados de saúde durante e após o tratamento do câncer.
Referência:
Mysore M, Singhi D, Singhi EK. Caring for Your Heart During Cancer Treatment. JAMA Oncol. Published online August 29, 2024. doi:10.1001/jamaoncol.2024.3033