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Função Placentária no Desenvolvimento Cerebral Fetal

Função Placentária no Desenvolvimento Cerebral Fetal
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fev. 27 - 3 min de leitura
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O estudo publicado na JAMA Network Open em 27 de fevereiro de 2024, intitulado "T2* Mapping of Placental Oxygenation to Estimate Fetal Cortical and Subcortical Maturation", traz informações sobre a importância da função placentária no desenvolvimento cerebral fetal. A pesquisa aborda como a disfunção placentária, associada à diminuição do fornecimento de nutrientes e oxigênio ao feto, pode afetar diferentemente as regiões corticais e subcorticais do cérebro, dependendo da idade gestacional em que ocorre. Este estudo é particularmente relevante, pois fornece evidências sobre como a oxigenação placentária, medida por ressonância magnética (MRI) usando o tempo de relaxamento transversal (T2*), está associada ao desenvolvimento cerebral fetal.

🔲A tabela apresenta as características dos participantes do estudo, oferecendo uma visão detalhada da demografia e condições clínicas do grupo analisado:

Fonte:  Nichols ES, Al-Saoud S, de Vrijer B, et al., 2024

A pesquisa seguiu uma coorte prospectiva de mulheres grávidas, examinando longitudinalmente fetos no terceiro trimestre usando MRI para avaliar a oxigenação placentária e o volume cerebral cortical e subcortical. Os resultados revelaram que há uma associação significativa entre os valores de T2* placentários e os volumes cerebrais fetais, com uma interação significativa indicando que as regiões corticais mostram mais variação em resposta às mudanças na oxigenação placentária em comparação com as regiões subcorticais. Isso sugere que o córtex, responsável por funções de ordem superior, pode ser mais vulnerável à hipóxia (baixos níveis de oxigênio) do que as regiões subcorticais, que são críticas para a homeostase.

Os achados deste estudo são importantes por várias razões. Primeiro, eles fornecem uma nova compreensão de como a oxigenação placentária pode influenciar o desenvolvimento de diferentes áreas do cérebro fetal. Segundo, o uso da medida T2* como um biomarcador para avaliar a função placentária e o desenvolvimento cerebral fetal oferece uma ferramenta potencial para a detecção precoce de problemas no desenvolvimento cerebral, permitindo intervenções mais direcionadas. Terceiro, destaca a importância de monitorar a saúde placentária como um componente crítico do bem-estar fetal.

🔲A figura a seguir ilustra a relação entre os valores de T2* placentários e os volumes corticais e subcorticais, destacando a importância da oxigenação placentária no desenvolvimento cerebral fetal:

Fonte:  Nichols ES, Al-Saoud S, de Vrijer B, et al., 2024

Contudo, o estudo reconhece suas limitações, incluindo o tamanho da amostra relativamente pequeno e o viés de seleção, uma vez que a amostra provém da comunidade. Essas limitações sugerem a necessidade de pesquisas futuras com amostras maiores e mais diversificadas para confirmar e expandir os achados.

Em resumo, este estudo pioneiro demonstra a viabilidade de usar o mapeamento T2* da oxigenação placentária como um biomarcador para o desenvolvimento cerebral fetal, oferecendo insights sobre a relação entre a função placentária e o desenvolvimento de áreas críticas do cérebro. Essas descobertas abrem caminho para estratégias de intervenção precoce que podem melhorar os resultados do desenvolvimento fetal em casos de disfunção placentária.



Referência: 

Nichols ES, Al-Saoud S, de Vrijer B, et al. T2* Mapping of Placental Oxygenation to Estimate Fetal Cortical and Subcortical Maturation. JAMA Netw Open. 2024;7(2):e240456. doi:10.1001/jamanetworkopen.2024.0456


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