Essa pergunta levanta algumas reflexões interessantes a serem feitas sobre os próximos anos na saúde. Vejamos a conclusão de um estudo publicado pela Harvard Business School:
Pessoas preferem decisão de algoritmos a julgamento humano.
Sem querer generalizar, mas de fato debater a questão, essa hipótese vem de uma série de estudos com mais de 1200 pessoas que revelaram algo curioso.
Voluntários foram solicitados a fazerem predições a respeito de diversos temas, que foram desde ranking de top músicas do momento até compatibilidade de relacionamentos. Em seguida, os participantes receberam conselhos que eram relatados como vindos de uma pessoa e em outra situação de um algoritmo, e tiveram a chance de revisar suas predições. Os voluntários aceitaram mais vezes as opiniões quando essas vinham dos supostos algoritmos do que quando de uma pessoa!
Além disso, quando tinham que escolher entre o julgamento do algoritmo e da pessoa que estaria aconselhando, preferiram o algoritmo. Entretanto, quando a escolha era definir entre seu próprio julgamento ou entre um dos outros (algoritmo ou pessoa), preferiram a sua própria opinião.
E o que isso tem a ver com a saúde?
Deixando a parte relacionada a inovações em geral de lado (a qual se relaciona de forma essencial) e levando especificamente para a situação atual e futura do Big Data e da análise preditiva auxiliada por inteligência artificial, será que pacientes e médicos teriam comportamentos semelhantes? É claro que se trata de uma decisão profissional e relacionada à vida/saúde e não apenas de escolhas pontuais, mas vai de frente com aquela opinião de que pessoas não confiam em algoritmos!
E essa observação encontrada nos estudos só contribui para uma relação que pode então ser de boa confiança entre médico/IA e paciente com a vinda de novas tecnologias, seja IA no auxílio médico ou na interação por meio de aplicativos mobile cada vez mais presentes.
Vale lembrar ainda que alguns hospitais estão testando e/ou utilizando modelos auxiliados por algoritmos e telemedicina. A avaliação é de que a confiança do médico no auxílio da tecnologia e no processo cresça a partir do uso mais frequente dessa ferramenta como auxílio à prática médica, inclusive recomendando o uso e acreditando nessa tecnologia como grande potencial em futuro próximo na saúde.
O momento atual é de criação de diversas tecnologias de IA e de telemedicina/telessaúde em processos de organização de fluxo de pacientes, triagem e auxílio na tomada de decisão.
E o conselho aos profissionais médicos tanto em formação quanto já estabelecidos é que busquem se familiarizar e entender melhor como podemos melhorar a prática médica e o resultado aos pacientes de forma a tornar o sistema de saúde mais sustentável.
E você, o que pensa disso?
Referências:
Harvard Business Review, Março-Abril. 2019 (Edição americana);
Jennifer M. Logg, Julia A. Minson, Don A. Moore. Algorithm Appreciation: People prefer algorithmic to human judgment. 2018.