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Paralisia de Bell: o evento adverso de 4 voluntários da Pfizer

Paralisia de Bell: o evento adverso de 4 voluntários da Pfizer
Bárbara Figueiredo
dez. 16 - 4 min de leitura
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Quatro voluntários que foram submetidos à vacina da Pfizer/BioNTech contra COVID-19 desenvolveram uma condição rara conhecida como paralisia de Bell, que é um tipo de imobilidade temporária de parte do rosto. Os dados estão relatados nos estudos da fase 3 da vacina que foram encaminhados à FDA (Food and Drug Administration), agência reguladora dos Estados Unidos (CONEXÃO POLÍTICA, 2020).

“Esses casos ocorreram aos 3, 9, 37 e 48 dias após a vacinação. Um caso (início em 3 dias após a vacinação) foi relatado como resolvido com sequelas dentro de três dias após o início, e os outros três foram relatados como continuando ou resolvendo a partir do corte de dados de 14 de novembro de 2020 com durações contínuas de 10, 15, e 21 dias, respectivamente”, diz o relatório da FDA.

Além disso, a frequência constatada dos casos de paralisia de Bell “é consistente com a taxa de fundo esperada na população em geral”. Cerca de 21.823 pessoas receberam a vacina nesta etapa dos testes e outros 21.828 tomaram placebo.


Por isso, segundo a agência norte-americana:

 “não há uma base clara sobre a qual concluir uma relação causal [entre a vacina e a condição] neste momento”, mas “recomendará vigilância para casos de paralisia de Bell com a implantação da vacina em populações maiores”.

 

Afinal, o que é a paralisia de Bell?

A paralisia de Bell, também conhecida como paralisia facial periférica aguda de causa desconhecida, é o enfraquecimento repentino ou paralisia dos músculos em um lado da face devido à disfunção do 7º nervo craniano (nervo facial), de acordo com o Manual Merck de Diagnóstico e Tratamento. Este nervo é responsável pelos movimentos do rosto, estimula a salivação e as glândulas lacrimais, além de ter funções auxiliares no paladar e audição. A causa exata é desconhecida. Acredita-se que seja o resultado de um inchaço e inflamação do nervo que controla os músculos de um lado do rosto. Ou pode ser uma reação que ocorre após uma infecção viral.

Os sintomas incluem dor retro-orbital, que evolui para fraqueza moderada e até completa de apenas um dos lados do rosto. O resultado é que a face fica lisa, sem expressão. Apesar disso, alguns pacientes sentem a face torcida. Segundo o Manual Merck, isso ocorre

"porque os músculos da parte não afetada têm tendência a direcioná-la nesse sentido, sempre que realizam uma expressão facial".

As causas podem ser uma infecção viral (principalmente pelo vírus que causa o herpes simples) ou alguma doença imunológica que faz o nervo facial "inchar". A maioria das pessoas se recupera completamente depois de vários meses, com ou sem tratamento. Medicamentos corticosteroides podem ser usados, sob orientação médica, além de fisioterapia.


Na maioria das pessoas, a paralisia de Bell é temporária. Os sintomas geralmente começam a melhorar em algumas semanas, com recuperação completa em cerca de seis meses. Um pequeno número de pessoas continua a ter alguns sintomas pelo resto da vida e raramente pode se repetir.

 


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REFERÊNCIAS

[1] https://conexaopolitica.com.br/mundo/quatro-voluntarios-do-ensaio-que-receberam-a-vacina-contra-covid-19-da-pfizer-desenvolveram-paralisia-de-bell/

[2] https://noticias.r7.com/saude/paralisia-de-bell-entenda-o-evento-adverso-de-4-voluntarios-da-pfizer-11122020

[3] https://observador.pt/2020/12/11/paralisia-facial-afetou-quatro-voluntarios-na-vacina-da-pfizer/

[4] Polack, F. P. et al. N. Engl. J. Med. https://doi.org/10.1056/NEJMoa2034577 (2020).

[5] Ledford H. US authorization of first COVID vaccine marks new phase in safety monitoring. Nature 2020. https://doi.org/10.1038/d41586-020-03542-4. 

 

 


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