Uma pesquisa revela um detalhe surpreendente sobre a dinâmica da ajuda entre colegas de trabalho: a maneira como expressamos emoções ao ajudar pode ser tão importante quanto o ato de ajudar em si. O estudo da Washington State University, destaca que expressões emocionais moldam profundamente como a ajuda é percebida, recebida e retribuída no ambiente corporativo.
Tradicionalmente, a literatura sobre comportamento organizacional trata os comportamentos de ajuda como inerentemente positivos. No entanto, essa nova investigação desafia essa visão, demonstrando que as pessoas não interpretam a ajuda de forma neutra ou passiva. Pelo contrário, elas observam atentamente os sinais emocionais do colega que oferece suporte e utilizam essas pistas para interpretar as motivações por trás do gesto.
Os pesquisadores descobriram que:
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Quando os ajudantes expressam emoções socialmente engajadoras, como gratidão e simpatia, são mais frequentemente percebidos como genuínos e movidos por motivações pró-sociais.
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Essas emoções promovem confiança, relacionamentos mais fortes e aumentam a probabilidade de reciprocidade.
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Por outro lado, quando a ajuda é acompanhada de expressões de orgulho ou desprezo, os colegas tendem a questionar as intenções do ajudante, muitas vezes suspeitando de interesses pessoais ou obrigações, o que pode gerar ressentimento e dificultar colaborações futuras.
Três estudos, um padrão claro
A robustez dos achados se deve a um projeto metodológico bem estruturado que incluiu:
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Estudo de recordação de experiências reais de ajuda, com adultos em atividade profissional;
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Experimentos em laboratório comportamental, com interações simuladas entre participantes;
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Vignettes (situações hipotéticas), nos quais os voluntários respondiam a cenários simulando interações entre colegas de trabalho.
Independentemente do método utilizado, o padrão foi claro: emoções como empatia e gratidão reforçam laços e motivam reciprocidade; enquanto emoções autocentradas, como orgulho, podem desestabilizar a confiança entre colegas.
Para líderes e gestores, os achados orientam sobre como criar uma cultura de colaboração autêntica e duradoura. O estudo sugere que não basta estimular comportamentos de ajuda: é necessário promover emoções autênticas e empáticas no cotidiano da equipe.
“Ajudar com base na gratidão ou na preocupação genuína com o outro é mais eficaz para construir relacionamentos duradouros. Quando líderes modelam esse tipo de comportamento emocional, eles estabelecem o tom para um ambiente mais colaborativo e engajado”.
A pesquisa também ressalta que qualquer colaborador pode se beneficiar ao refletir sobre suas próprias experiências ao receber ajuda, e praticar o exercício de colocar-se no lugar do outro. Essas atitudes contribuem para o desenvolvimento de emoções mais autênticas, como empatia, e ajudam a fortalecer os vínculos interpessoais.
Referência:
Washington State University. "Emotional expressions shape how help is received in the workplace." ScienceDaily. ScienceDaily, 21 May 2025. <www.sciencedaily.com/releases/2025/05/250521124613.htm>.