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Presenteísmo: Fenômeno Crescente no Ambiente de Trabalho

Presenteísmo: Fenômeno Crescente no Ambiente de Trabalho
Comunidade Academia Médica
jul. 23 - 3 min de leitura
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O presenteísmo, definido como a condição de comparecer ao trabalho mesmo enfrentando problemas de saúde, é um fenômeno que tem recebido crescente atenção tanto de acadêmicos quanto de profissionais em recursos humanos e saúde organizacional. Enquanto o absenteísmo — o ato de não comparecer ao trabalho — é frequentemente destacado e estudado devido ao seu impacto direto na produtividade das organizações, o presenteísmo revela-se um desafio mais complexo e igualmente custoso. Isso é destacado em uma publicação da revista Human Resource Management Review.

Mas qual será o verdadeiro custo do presenteísmo para as empresas e seus colaboradores?

Impacto Econômico e Social do Presenteísmo

Estudos indicam que o custo do presenteísmo pode superar os prejuízos do absenteísmo. Isso se deve ao fato de que, embora presentes fisicamente, os trabalhadores com problemas de saúde muitas vezes operam com capacidade reduzida, afetando a produtividade geral. A análise da prevalência desse fenômeno em diversas nações, incluindo EUA, Canadá, Reino Unido, países nórdicos e até nações asiáticas como Taiwan e Coreia do Sul, mostra taxas variando de 30% a mais de 90% dos trabalhadores afetados.

Desafios na Medição do Presenteísmo

A medição do presenteísmo apresenta desafios significativos, principalmente porque não é um fenômeno facilmente quantificável como o absenteísmo. Nos Estados Unidos, por exemplo, as abordagens de medição tendem a focar em doenças crônicas e nas perdas de desempenho relacionadas. Contudo, essas medidas frequentemente não captam a complexidade total do impacto do presenteísmo, que pode variar significativamente dependendo da natureza e gravidade da condição de saúde do trabalhador.

Teorias e Pesquisas sobre Presenteísmo

O presenteísmo tem sido majoritariamente estudado sem uma base teórica sólida, o que dificulta a compreensão completa de seus antecedentes e consequências. No entanto, alguns estudos recentes começaram a aplicar modelos teóricos, como o modelo de demandas-recursos do trabalho, para explorar mais profundamente esse fenômeno. Essas abordagens têm ajudado a identificar variáveis críticas que influenciam a decisão de trabalhar enquanto doente, incluindo a percepção subjetiva da própria saúde e as políticas organizacionais relacionadas à presença no trabalho.

A necessidade de pesquisa adicional é evidente, especialmente estudos longitudinais que podem melhor identificar causas e efeitos do presenteísmo. As futuras direções de pesquisa devem focar na definição e medição mais precisas do presenteísmo e no desenvolvimento de teorias abrangentes que possam explicar suas nuances. Além disso, entender a interação entre o estresse e o presenteísmo é crucial, já que o estresse não apenas desencadeia o presenteísmo, mas também é exacerbado por ele.

O presenteísmo é um desafio multifacetado que exige uma abordagem multidimensional para sua compreensão e gestão. A crescente pressão no ambiente de trabalho sugere que esse fenômeno continuará a ser uma preocupação significativa.

Aumentar a conscientização sobre as implicações do presenteísmo pode melhorar o bem-estar dos trabalhadores, e levar a ganhos substanciais de produtividade para as organizações. Este aprofundamento reforça a importância de políticas organizacionais mais robustas e de uma gestão mais atenta a saúde no trabalho.

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Referência: 

Lohaus, D., & Habermann, W. (2019). Presenteeism: A review and research directions. Human Resource Management Review, 29(1), 43-58. https://doi.org/10.1016/j.hrmr.2018.02.010


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