Em uma entrevista descontraída e cheia de verdades, Florentino Cardoso - Presidente da Associação Médica Brasileira - falou no Programa "Roda Viva", da TV Cultura, sobre as mazelas da saúde pública e revelou a opinião da AMB sobre o programa Mais Médicos, além de outros assuntos ligados à medicina no país. A entidade científica dos médicos brasileiros move ações judiciais contra o Governo e o Programa.
Estavam presentes na roda, Cláudia Colucci repórter especial da Folha, Cristiane Cegato repórter especial da revista Época, , Cláudio Lottemberg presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, Davi oliveira de souza ex-diretor da organização Médicos Sem Fronteiras, Martin de Almeida Sampaio - Diretor de Direitos Humanos da OAB-SP.
O #MaisMédicos domina a cena, mas o Presidente da Associação Médica Brasileira falou também sobre:
- Não restrição ao trabalho do médico que formou no exterior desde que possua revalida;
- maquiagem do caráter de pós-graduação em medicina de família;
- O porque da ausência de médicos nas periferias e cidades afastadas;
- Relação entre prefeitos e médicos;
- Situação da medicina da família no Brasil e a falta de valorização desse profissional pelo Governo;
- Ausência de vínculo trabalhista para médicos;
- O caráter escravo do trabalho do médico cubano do programa;
- Inconstitucionalidade do programa;
- Carreira estatal para o médico da atenção básica;
- Despotismo do Governo na criação de programas de acesso à saúde;
- Propostas da classe médica para a melhora da saúde;
- Quantidade de faculdades de medicina no Brasil;
- O ato médico aprovado no ano passado;
- Má gestão, corrupção e subfinanciamento como os maiores problemas da saúde
- Caráter eleitoreiro da Saúde no País
Além disso, foi discutido durante o programa as qualidades e incapacidades do SUS. A falta de interação entre o sistema público e privado, a ineficiência do Estado estatizado.
Outra questão abordada foi o incentivo da indústria e o conflito de interesses com os protocolos das diversas especialidades médicas no mundo inteiro.
Mais do que um problema nacional, o programa foi uma aula sobre os interesses das diversas esferas (Governo, público, privado, eleitoreiro, judicial, e industrial) no sistema de saúde. Foi questionado também a ação da Agencia Nacional de Saúde (ANS) sobre as operadoras de saúde e como estas doutrinam a prática médica através dos gastos apenas.
Uma crítica minha (Fernando Carbonieri) à postura adotada pela AMB é o completo descaso sobre a necessidade do recém formado trabalhar. A AMB, assim como sindicatos e conselhos, segrega aqueles que precisam entrar no mercado de trabalho para começar sua autonomia financeira. Muitos dos recém formados (assim como eu), saem das faculdades com uma grande dívida com o FIES ou outros sistemas de financiamento, tendo que pagar quantias que beiram os 2000 reais mensais. Ademais creio que a fala do presidente da AMB foi correta e compatível com o nebuloso cenário que a saúde e a medicina brasileira está inserida.
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