Quais são as principais especialidades médicas no Brasil?
Clínica médica, pediatria, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia juntas somam 38% de todos os médicos e médicas formadas no Brasil hoje. Sendo duas delas pré-requisitos para as outras residências médicas, que hoje somam 55 especialidades reconhecidas pela Comissão Mista de Especialidades (CME).
Olhando mais a fundo a distribuição de gênero, considerando apenas dois dos existentes, há a prevalência do feminino em 3 das 4 especialidades mais povoadas. Na pediatria 74,4%, na GO 57,7% e em clínica médica 53%. Apenas a cirurgia geral que apresenta uma maior prevalência de homens, somando 77,9% dos cirurgiões.
Após as 4 posições mais povoadas, as próximas na lista são, em ordem decrescente:
Anestesiologia (5,9%);
Medicina do Trabalho (4,6%);
Ortopedia e Traumatologia (4,1%);
Cardiologia (4,1%);
Oftalmologia (3,6%);
Radiologia e diagnóstico por imagem (3,3%).
Juntas, todas essas especialidades formam um montante de 63,6% dos profissionais médicos do Brasil, segundo dados do estudo “Demografia Médica no Brasil 2020”.
Dentre as especialidades com menos registros, abaixo de 1000 no caso, estão:
Genética Médica (332)
Radioterapia (877)
Medicina Esportiva (898)
Cirurgia da Mão (923)
Medicina física e reabilitação (959).
“O reduzido número de titulados não traduz a relevância médica e social dessas especialidades. Há alguém (gestor ou especialista) que não consideraria genética médica e radioterapia absolutamente necessárias? Graças ao aprimoramento de ambas, muitas vidas têm uma chance”, afirma Mauro Ribeiro, presidente do Conselho Federal de Medicina e membro da comissão mista de especialidades.
Além dos dados, é importante trazer a notícia que Medicina de emergência é a mais nova especialidade médica, ela recebeu o reconhecimento em 2016 e por conta disso, ainda conta com apenas 52 titulados(as).
A razão entre especialistas e generalistas se encontrava na razão de 1,58 médico especialista 61,3% do total de médicos(as) para cada generalista (38,7%). Dados de 2020 mostram que o sul é a região com a maior razão (2,07), enquanto norte apresenta o menor contingente, com uma razão de 1,08.
As únicas especialidades que estão com razão de especialista/generalista parecidas para as regiões Norte-Nordeste comparado ao Sul-Sudeste são Infectologia e Medicina da Família e Comunidade.
Cabe aqui uma pergunta: você sabe porque há essa incongruência entre o número de especialistas e o número de médicos? Atualmente, temos 432.579 títulos e apenas 293.064 médicos especialistas. A resposta para isso recai sobre a dupla especialidade, ou seja, é comum que os médicos(as) possuam mais de uma especialidade, ou que no preparo para determinada especialidade necessitem de garantir outro título anterior.
Para finalizar, deixamos essa reflexão e espaço para debate, segundo Hideraldo Cabeça, 1º Secretário do Conselho Federal de Medicina (CFM) e representante do estado do Pará, “No Brasil, a distribuição de médicos é desigual, e a única forma de mudar esse cenário é por meio de políticas públicas federais de fixação profissional. Sem empenho estatal em prover assistência à população e condições dignas de trabalho aos médicos, todos padecem”
E você, concorda com isso? Quais são as medidas, ao seu ver, para melhor fazer a distribuição médica e assistencialista para todo o Brasil? Vamos discutir no espaço abaixo destinado a isso.
fonte:EDIÇÃO Nº 312 FEVEREIRO/2021 - Jornal Medicina (flip3d.com.br)