O diabetes tipo 2 é uma condição que impacta cada vez mais jovens ao redor do mundo. Um estudo publicado em JAMA Network Open em 12 de novembro de 2024, faz uma análise detalhada sobre como a renda, enquanto indicador socioeconômico, influencia diretamente as taxas de mortalidade entre adultos com essa condição.
O estudo acompanhou 1.240.780 indivíduos e evidenciou que a renda é um fator determinante crítico para o risco de mortalidade em pacientes com diabetes tipo 2. Os resultados mostram que, em adultos com menos de 40 anos, a disparidade relacionada à renda na mortalidade é notavelmente mais pronunciada quando comparada a grupos de idades mais avançadas.
Entre os adultos com diabetes tipo 2 e baixa renda, a taxa de mortalidade por todas as causas é significativamente maior em comparação com os que têm alta renda, com um Risco Ajustado de Hazard (AHR) de 2,88 para mortalidade geral. Essa taxa se mostra menor entre pacientes com mais idade, variando de 1,90 para aqueles entre 40 e 59 anos e 1,26 para aqueles entre 60 e 79 anos.
A mortalidade cardiovascular se destacou como particularmente desigual entre os jovens, sendo menos evidente para mortalidade por câncer. Este aspecto salienta a necessidade de uma gestão rigorosa de doenças cardiovasculares em populações vulneráveis economicamente.
🟦 A figura a seguir mostra os resultados sobre da influência da renda e a idade no risco de mortalidade em indivíduos com diabetes tipo 2:
Fonte: Kim JY, Park S, Park M, Kim NH, Kim SG., 2024
O estudo foi realizado na Coreia do Sul, onde existe um sistema de seguro saúde nacional. As contribuições de seguro são proporcionais à renda individual, permitindo uma medição objetiva dos níveis de renda, diferentemente de estudos baseados em renda autodeclarada.
Esses achados chamam a atenção para políticas de saúde que focam especificamente nos adultos com diabetes tipo 2. Embora o sistema de saúde da Coreia do Sul garanta um acesso relativamente igualitário aos cuidados médicos, a renda ainda se mantém como um fator de risco independente significativo para mortalidade. Isso indica que, além do acesso à saúde, outras intervenções socioeconômicas são necessárias para mitigar os riscos associados à baixa renda.
O estudo reconhece várias limitações, incluindo a possível presença de fatores confundidores não ajustados e a exclusão de outros indicadores socioeconômicos como ocupação, escolaridade e estado civil. Além disso, a aplicabilidade dos resultados em países com sistemas de saúde diferentes pode ser limitada.
Referência:
Kim JY, Park S, Park M, Kim NH, Kim SG. Income-Related Disparities in Mortality Among Young Adults With Type 2 Diabetes. JAMA Netw Open. 2024;7(11):e2443918. doi:10.1001/jamanetworkopen.2024.43918