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Saúde Óssea em Sobreviventes de Câncer Infantil

Saúde Óssea em Sobreviventes de Câncer Infantil
Comunidade Academia Médica
jan. 15 - 3 min de leitura
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Embora as taxas de sobrevivência ao câncer infantil superem 85%, um estudo publicado no JAMA Network Open destaca as graves consequências a longo prazo que esses sobreviventes podem enfrentar, especialmente em relação à saúde esquelética. O estudo focou na análise da Densidade Mineral Óssea, que é crucial para entender a integridade estrutural do esqueleto, afetada tanto pelos tratamentos agressivos do câncer quanto pelos hábitos de vida adotados desde a infância.

O estudo observou sobreviventes adultos de câncer infantil que fazem parte do coorte St Jude Lifetime (SJLIFE), avaliando a prevalência, severidade e trajetória longitudinal dos déficits de Densidade Mineral Óssea durante a sobrevivência a longo prazo. Cerca de 22% dos sobreviventes apresentaram déficits moderados de Densidade Mineral Óssea, enquanto 7% enfrentaram déficits severos, décadas após o término do tratamento.

Fatores de Risco Associados

Os sobreviventes expostos a altas doses de radioterapia craniana ou tratamento com glucocorticoides apresentaram os maiores riscos de desenvolver novos déficits de Densidade Mineral Óssea. Além disso, condições como hipogonadismo e deficiência de hormônio de crescimento  foram significativamente associadas a déficits mais severos. O estudo também vinculou comportamentos como tabagismo e sedentarismo a um aumento nos riscos para a saúde óssea.

O estudo ressalta a importância de intervenções que tratam comorbidades ou que visam modificar comportamentos de saúde. Por exemplo, tratamentos com bisfosfonatos e denosumab mostraram melhorias na Densidade Mineral Óssea em estudos não randomizados. A substituição hormonal também é discutida como uma intervenção potencial para aqueles com hipogonadismo e deficiência de hormônio de crescimento.

Exercício e Nutrição como Ferramentas de Melhoria

Intervenções focadas no exercício, especialmente atividades que envolvem peso e movimentos pliométricos, foram positivas para a qualidade óssea. Ainda assim, o impacto limitado do exercício durante o tratamento sugere que a deterioração causada pela terapia do câncer pode ser significativa. Em termos de nutrição, enquanto aconselhamento dietético com suplementação de vitamina D e cálcio não mostrou eficácia na melhoria da Densidade Mineral Óssea, padrões alimentares mediterrâneos e dietas ricas em proteínas foram associados a uma melhor densidade óssea.

O estudo sublinha a necessidade de triagem contínua para déficits de Densidade Mineral Óssea em sobreviventes de câncer infantil e aconselhamento adequado para otimizar comportamentos de saúde que minimizem a progressão da perda óssea. Além disso, os pesquisadores enfatizam a necessidade de mais ensaios clínicos randomizados para avaliar a eficácia das intervenções hormonais e farmacológicas, sozinhas ou em combinação com modificações no estilo de vida.

Este estudo reforça a importância de uma abordagem proativa e bem informada no acompanhamento de sobreviventes de câncer infantil, visando não apenas prolongar a vida, mas também melhorar a qualidade e a independência funcional ao longo de suas vidas.

Referência:

Goodenough CG, Baedke JL, Delaney AM, et al. Attributable Risk and Consequences of Bone Mineral Density Deficits in Childhood Cancer Survivors. JAMA Netw Open. 2025;8(1):e2454069. doi:10.1001/jamanetworkopen.2024.54069


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