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Segunda onda de COVID-19: A adesão ao uso das máscaras pode ser fator determinante

Segunda onda de COVID-19: A adesão ao uso das máscaras pode ser fator determinante
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jun. 12 - 4 min de leitura
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Um estudo publicado no dia 10 de junho de 2020 na "Proceedings of the Royal Society A" intitulado  "A modelling framework to assess the likely effectiveness of facemasks in combination with ‘lock-down’ in managing the COVID-19 pandemic"aborda dois modelos matemáticos que foram utilizados para avaliar o impacto do uso de máscaras faciais na pandemia de COVID-19 e mais do que isso, numa segunda onda da doença.

Stutt e seus colaboradores utilizaram dois métodos complementares de modelagem para testar a eficácia do uso de máscaras faciais pela população na redução do R0 do vírus  SARS-Cov-2.

O primeiro método avaliou duas variáveis essenciais nesse processo: proporção da população que usa máscaras faciais e a eficácia da máscara na redução da transmissão (aqui levando em conta os mais variados tipos de máscara e seus materiais de confecção).

Ambas foram submetidas a simulações que abordaram os indivíduos que usam máscaras diariamente e aqueles que fazem uso somente quando apresentam a sintomatologia influenza like (espirro, tosse, secreção nasal).

O segundo método utilizou uma adaptação do modelo SIR , buscando investigar a proteção conferida pela uso de máscaras faciais para os indivíduos suscetíveis em diferentes períodos de distanciamento social. 

Os resultados obtidos para o primeiro método apontaram que ocorreu uma redução na disseminação viral pela população que aderiu ao uso de máscara diariamente e não somente quando apresentava sintomas, mesmo estipulando um R0 inicial alto, em torno de 4. 

Os resultados do segundo método abordaram diferentes períodos de distanciamento social, mostrando em porcentagem a adesão da população ao uso de máscaras (0%, 25%, 50%, 100%).

Utilizou o período de 18 meses que, hipoteticamente, seria o tempo em que teríamos uma vacina eficaz contra a doença.

O lockdown mostra-se eficaz na redução de disseminação viral somente no início da epidemia e sugere que uma segunda onda inicia-se logo após a flexibilização do bloqueio.

Com 25% da população adotando o uso de máscara facial num primeiro período de flexibilização do distanciamento social ampliado, o pico inicial é achatado, mas a segunda onda é mais pronunciada.

A partir de 50% de adesão ao uso de máscaras faciais pela população a propagação da COVID-19 tem uma queda pronunciada, com um valor de R0 em torno de 1, achatando futuras novas ondas da doença. 

Em uma outra suposição onde ocorre o uso de máscaras por 100% da população após 120 dias do início da epidemia, constatou-se que mesmo com o aumento dos indivíduos infectados num primeiro momento o uso tardio das máscaras interrompe a ocorrência de novas ondas epidêmicas de COVID-19.  

Este estudo propicia uma evidência favorável ao uso das máscaras por toda a população, validando o potencial das máscaras faciais para reduzir a transmissão e a proteção conferida por elas, principalmente para os indivíduos dos grupos de risco, pois a máscara reduz a inalação do inóculo viral. 

Porém, o hábito de mexer constantemente nas máscara, de levar as mãos à face sem higienização prévia, mostrou-se como um ponto negativo pois a probabilidade de contágio pelos fômites infectados foi maior, inferindo que hábitos comportamentais individuais devem ser também empregados para chegarmos num nível ideal de baixa transmissibilidade.

Então não se esqueça: USE MÁSCARA!

PROTEJA-SE E PROTEJA OS OUTROS.

 

Texto elaborado por Renata Campos Cadidé

 


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