Sensibilidade é a capacidade de perceber. Sentir estímulos, intensidade, forma, duração e quem sabe ao fim, reagirmos de acordo com nossa percepção.
Desde nossas ações até a maquinaria bioquímica celular, a sensibilidade é quem comanda a batuta. Um fluxo de estímulos, esse poderia ser um verbete no dicionário que definiria o viver. Durante o cotidiano, ao longo das refeições, das relações e das decisões, os estímulos se apresentam e cabe à nossa sensibilidade reger os momentos.
Por vezes, situações dificílimas se impõem e ficamos acuados, rápidos e violentos como uma avalanche, essas problemáticas se chocam com nossa sensibilidade e mudam toda nossa dinâmica interna. Questões dolorosas ao longo de uma vida inteira, de tanto estarem presentes, podem também atenuar, como se aprendêssemos a lidar com aquela situação de estresse e com o passar do tempo, nos afetássemos cada vez menos e seriam necessários estresses maiores para nos azucrinar.
Também pode acontecer dos problemas sumirem. Aquilo que já nos estressava e mudava nosso funcionamento diário, desapareceu. Logo após vem a sensação de retomar a normalidade, entretanto, uma vez sensibilizado um próximo reencontro não será igual. Caso aquela situação de incômodo reapareça, nossa reação é intensa e colérica, como se aquele problema tivesse deixado resquícios latentes de aborrecimento.
A sensibilidade tem como o maior princípio o tempo a que ficamos expostos a algo. O tempo pode ser curativo em vários aspectos, outrora poderíamos estar insensíveis a certas demonstrações de afeto, a ausência aos poucos desmonta a insensibilidade e a volta desse estímulo demonstra seu real potencial.
O maestro dessa orquestra tem a estranha redundância de funcionar da mesma forma desde a interação bioquímica receptor-ligante, até as relações humanas.
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