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Sobre ovos, negócios e pessoas

Sobre ovos, negócios e pessoas
Wagner Espeschit
abr. 25 - 2 min de leitura
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Toda vez que perguntavam ao menino baixinho “o que você vai ser quando crescer”, ele respondia: rico, vou ser rico! Mas não seria fácil atingir esse objetivo... Filho de um bancário aposentado (e empresário que faliu) e de uma funcionária pública não concursada, riqueza não era uma dádiva que herdaria de seus pais. Assim, aos 6 anos resolvi iniciar minha jornada em busca da riqueza. Sim, essa história é a minha.

 Morava em Juatuba, interior de Minas Gerais em um sítio. Minha mãe era uma excelente cozinheira e fazia um prato que eu amava: ovos de codorna com um molho branco que só ela tinha a receita. Como era bom! Uma vez eu pedi para fazer aquilo mais vezes e ela me disse: “ovos de codorna são caros, não dá para fazer todo dia”. Imediatamente deu um clique em minha cabeça! Uai, se são caros eu vou criar codornas e vender os ovos!

 Pedi ao meu pai para comprar algumas codornas de presente no dia das crianças e iniciei a criação. Aproveitei um viveiro velho que estava jogado, colocava ração, água, capim fresco todo dia e limpava o fundo sempre. Em pouco tempo os resultados vieram, dezenas de ovos. Iniciei as tão sonhadas vendas! Literalmente coloquei todos os ovos em uma cesta e fui bater de porta em porta. A aceitação foi boa, mas esbarrei em um problema grave: eu não sabia fazer contas. Sabia os preços de uma e duas dúzias. Só isso. Então as pessoas começaram e me enganar. Sim, um menino fofinho de 6 anos bate em sua porta vendendo um produto natural, livre de agrotóxicos, barato e o que você faz? O engana. Meu primeiro empreendimento durou 60 dias e faliu.

Hoje, 33 anos depois desse episódio vejo que todos os negócios têm muita coisa em comum. Observar o mercado, enxergar uma oportunidade, executar o projeto, iniciar as vendas, ter controle das finanças, ser bem sucedido ou falir. Seja vender ovos de codorna ou carros elétricos, a essência é a mesma, o que faz a diferença sempre foi e ainda será por muito tempo um único fator: pessoas!

P.S. Após esse episódio, o menino não desistiu de ser rico e criou outra “agrotech”, mas isso fica para outra postagem. 


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