Pesquisadores exploram o potencial das técnicas de rastreamento ocular como biomarcadores para diagnosticar o autismo mais cedo e com maior precisão em crianças. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, quase 3% de todas as crianças no país são diagnosticadas com autismo. Com isso, o diagnóstico precoce, pode impactar de forma significativa o desenvolvimento da criança.
A pesquisa, divulgada em Medical Xpress em 31 de maio de 2024, foi conduzida sob a liderança de Rebecca McNally Keehn, Ph.D., professora assistente de pediatria na Escola de Medicina da Universidade de Indiana. McNally Keehn destaca a demanda excessiva por avaliações de autismo, que excede a capacidade dos especialistas disponíveis, resultando em longas esperas que podem atrasar intervenções importantes.
O estudo focou no uso de biomarcadores de rastreamento ocular, que medem a atenção social e não social, além da função cerebral. Esses biomarcadores demonstraram ser eficazes na diferenciação entre crianças diagnosticadas com autismo e aquelas com outras deficiências neurodesenvolvimentais. Para realizar o rastreamento ocular, as crianças observaram vídeos em uma tela de computador enquanto estavam sentadas em uma cadeirinha ou no colo de um cuidador, permitindo que os pesquisadores registrassem seus movimentos oculares e o tamanho da pupila.
Os resultados do estudo indicam que a combinação do diagnóstico clínico do médico de atenção primária com as métricas de biomarcadores de rastreamento ocular alcançou uma sensibilidade de 91% e uma especificidade de 87% na precisão do diagnóstico de autismo. Esses resultados sugerem que essa abordagem pode ajudar a melhorar significativamente o acesso a diagnósticos oportunos e precisos nas comunidades locais, abordando um problema de saúde pública urgente.
Como próximos passos, o grupo de pesquisa planeja realizar um estudo de replicação e validação em larga escala usando inteligência artificial, seguido de um ensaio clínico para testar a eficácia do modelo diagnóstico em avaliações de cuidados primários em tempo real.
Este avanço promete transformar o diagnóstico e a intervenção precoce do autismo, oferecendo novas esperanças para muitas famílias e profissionais de saúde.
Para detalhes sobre os resultados deste estudo, acesse aqui o link de acesso à pesquisa na íntegra.
Referência:
McNally Keehn, R., Monahan, P., Enneking, B., Ryan, T., Swigonski, N., & Keehn, B. (2024). Eye-tracking techniques could help primary care providers diagnose autism sooner, more accurately. JAMA Network Open. Recuperado de https://medicalxpress.com/news/2024-05-eye-tracking-techniques-primary-autism.html