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Telemedicina? Acredite, isso não é nada, ainda.

Telemedicina? Acredite, isso não é nada, ainda.
Paulo Henrique Azevedo
jul. 1 - 8 min de leitura
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2019 e 2020 possivelmente serão alguns dos melhores anos para a saúde digital até então. De uma FDA global até as Inteligências Artificiais nos hospitais, o que antes eram previsões agora emergem como as principais tendências de um futuro que parecia distante.

Neste artigo listo oito tendências que certamente guiarão a saúde nos próximos 5 anos.

Espero que goste. Vamos lá?

 

#1 Estratégias nacionais de saúde digital.

Enquanto o desenvolvimento tecnológico dispara, os sistemas de saúde em todo o mundo lutam contra a insustentabilidade e a falta de profissionais médicos.

Digital Health parece ser o único caminho viável, o qual gostaria muito de ver mais países colocarem em prática - principalmente o nosso.

A Dinamarca já está implementando uma robusta estratégia de digitalização da saúde para registros médicos e assistência aos seus "e-pacientes" com foco principal na prevenção. 

A estratégia da Nova Zelândia se concentra em pacientes como o ponto de atendimento. 

E um pequeno país africano, Ruanda, está construindo seu sistema de saúde de forma tão brilhante, baseado em inteligência artificial, que me faz lembrar Wakanda do filme Pantera Negra. As startups de saúde estão fervilhando na região e as mais novas maravilhas tecnológicas são lançadas em todo o país quase que instantaneamente.

Estes são três dos apenas seis países que têm algum tipo de estratégia de saúde digital, mas logo serão vários. 

 

#2 Cooperação transfronteiriça

Vai ser um processo lento, mas com cada vez mais países digitalizando os seus sistemas, logo teremos o início de um sistema de saúde sem fronteiras.

A transnacionalização pode permitir consultas e tratamentos de forma cooperativa fora dos sistemas nacionais.

Imagine um paciente brasileiro enviando um tecido de um tumor para uma empresa dinamarquesa especializada em diagnósticos de precisão. Eles estabelecem que uma empresa farmacêutica suíça tem o tipo exato de teste clínico que o paciente poderia usar, então ele é curado pelos esforços conjuntos de vários sistemas de saúde.

O que até poucos anos atrás era inimaginável, agora, com as ferramentas de saúde digital bem desenvolvidas, pode se tornar uma realidade.

Com isso, vem a questão da supervisão: a demanda por uma organização reguladora que vá além das fronteiras.

Cada vez mais desafios éticos e legais, como edição de genes e a consolidação do big data genético, apontam para o surgimento de algum tipo de FDA global.

 

#3 Chatbots ajudando profissionais médicos

2019 já podemos ver o aumento do uso dos chatbots na saúde. O Serviço Nacional de Saúde da inglês já usou um chatbot por um período experimental para reduzir a pressão em suas unidades de atendimentos primários. Infelizmente, as primeiras experiências foram distorcidas.

Pois os pacientes não confiavam no sistema e o utilizaram apenas para conseguirem marcar uma consulta com o médico mais de forma mais rápida.

Mas à medida que esses bots se desenvolverem e os pacientes adotarem as soluções digitais, os chatbots poderão aliviar a carga dos profissionais da saúde no que se refere a problemas de fácil diagnóstico ou de gerenciamento rapidamente solucionáveis.

 

#4 Carros como ponto de atendimento

Quando pensamos no futuro da saúde, certamente carros não são a primeira coisa que vem em nossas mentes. Mas acredite, podem ser os dispositivos de diagnóstico mais valiosos em nosso dia a dia.

A Mercedes-Bens* já tem carros que sabem se um motorista está cansado demais para dirigir. E seus próximos lançamentos virão equipados mais e mais com sensores direcionados para a saúde de seus ocupantes.

O cinto de segurança, o volante ou praticamente qualquer coisa que o motorista possa tocar podem ser usados como sensores biométricos para obter informações just in time. Eles poderiam ajudar a detectar uma queda do açúcar no sangue ou até mesmo um ataque cardíaco iminente.

 

#5 Impressão de tecido humano aprovado pela FDA

A empresa sediada em San Diego, a Organovo, está se concentrando na tecnologia de impressão 3D de biomateriais - bioprint. Eles produziram com sucesso tecidos do fígado em 2014 e parecem estar há poucos anos de distância da impressão de partes vivas para transplante.

Com base em seus anúncios, já é esperado que seus primeiros produtos "bioprintados" cheguem à FDA em 2020. Muitas discussões regulatórias sobre a bioimpressão já rolaram e devem esquentar ainda mais esse segundo semestre.

 

#6 A revolução dos alarmes inteligentes

Há toneladas de wearables, sensores de sono e aplicativos para dormir por aí. Mesmo rastreadores fitness podem acompanhar seu sono. Mas o Santo Graal do health tracking é o alarme de sono inteligente.

Como dormimos em ciclos, podemos nos sentir completamente grogues ou completamente descansados, a depender de onde estamos no ciclo no momento em que acordamos.

A proposta do Alarme Inteligente é analisar seu sono e acordá-lo na hora certa.

Há alguns meses atrás, percebi que o Apple Watch tinha esse recurso de alarme do sono inteligente - através do app Sleep Cycle, o qual resolvi experimentar e posso dizer que faz maravilhas.

Certamente, em alguns anos, quando olharmos para trás, não entenderemos como podíamos nos torturar tanto com a famosa função soneca.

 

#7 I.A. baseada em algoritmos e serviços aprovados pela FDA

A medida que os wearables e as novas tecnologias para saúde borbulham em nossas vidas e nos hospitais, temos acesso a uma quantidade incrível de dados (Big Data) nunca antes levantados.

E agora com consagração da I.A. temos a capacidade de processar todos esses dados e obter uma visão inimaginável até então.

As soluções em Inteligência Artificial nos ajudarão com um diagnóstico médico mais rápido e preciso e na elaboração de pesquisa e desenvolvimento mais eficientes e baratas.

A IBM já deu os primeiros passos com o Watson - sua inteligência artificial - e lançou um programa especial para oncologistas que é capaz de fornecer aos médicos opções de tratamento baseadas em evidências.

Já temos muitas coisas acontecendo nessa área e estão prontas para elevarem os cuidados em saúde para outro patamar. Devemos ver uma enxurrada de novas aplicações sendo aprovadas pela FDA nos próximos anos. 

 

#8 Big Tech em Big Pharma

Já falei, em um artigo anterior, que a saúde é o grande hub onde todas as novas tecnologias convergem para construírem algo muito maior. E não é à toa que o Vale do Silício está se voltando para a saúde como seu próximo grande empreendimento.

A Apple está focada em transformar seus produtos de consumo em dispositivos de monitoramento médico.

A Amazon está aplicando todo o seu conhecimento de logística e distribuição para vender medicamentos controlados, suprimentos médicos e, até, odontológicos como nenhum outro distribuidor.

O Google, como pioneiro na pesquisa de IA, está apostando na análise de big data. E até o Uber quer substituir as ambulâncias.

Tem algum coisa ai. Não acha?

A saúde é uma torta de 3 trilhões de dólares só nos Estados Unidos e está pronta para a disrupção.

Essas empresas afirmaram claramente que querem um pedaço desse bolo e têm a capacidade de mudar radicalmente o mercado da saúde para melhor.

 

Bem... Acho que é isso. Mas acredite: isso não é nada, AINDA.

Grande abraço!

 

E você? Ainda preocupado com a Telemedicina? Ou temos mais coisas para nos preocuparmos? Como está se preparando para isso?

 

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Painel que rolou esse ano na #SXSW: "The Future of Healthcare, Really". - os participantes foram os médicos Clay Johnston (Dell Medical School) e David Feinberg (Google). 

Compartilhado pela Dra. Mariana Perroni que tanto admiro!

 

 

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Paulo Henrique Azevedo é dentista de formação, empreendedor de paixão e louco porque gosta mesmo!


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