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Um novo caminho para a Cegueira "Irreversível"

Um novo caminho para a Cegueira "Irreversível"
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set. 29 - 3 min de leitura
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 Nessa semana mundial da retina, associações de pacientes com doenças degenerativas da retina, de todo o mundo, estão mobilizadas para conscientizar sobre as doenças como Retinose Pigmentar,  Síndrome de Usher, Degeneração Macular Relacionada a Idade (DMRI), doença de Stargardt entre outras.

  As distrofias da retina afetam mais de 40 milhões de pessoas no mundo e representam um custo global superior a U$20 bilhões anualmente, o que requer ações rápidas para aumentar a consciência sobre a prevenção, diagnóstico e opções de tratamento.

Este é um momento crucial para pacientes, médicos e patrocinadores de pesquisas, uma vez que uma grande quantidade de dados de diagnóstico e de testes clínicos têm a capacidade de alterar o prognóstico para milhões de pacientes que experimentam perda de visão devido à degeneração da retina.

O engenheiro biomédico Mark Humayun, 50, que mantém uma parceria de mais de 10 anos com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), desenvolve o projeto de olho biônico Argus II, recém aprovado pelo FDA, que se trata de um implante de um microchip na retina, esse mecanismo recebe imagens de uma câmera instalada nos óculos do paciente e as envia ao cérebro.

Para transmitir as informações dos óculos para o chip, a tecnologia utiliza radiofrequência que, é mais estável e menos suscetível às interferências externas. O “olho biônico” Argus II não restaura completamente a visão, ainda, mas permite que pessoas com uma doença rara que leva à cegueira (retinose pigmentar) detecte faixas de pedestres, presença de pessoas e grandes números e letras, seria uma visão de “pixels”. Mas para um paciente que não enxergava, passar a enxergar mesmo dessa forma, já é algo incrível, algo maravilhoso!

Outros avanços estão sendo trabalhados, a exemplo, o software, para tentar imagem em cores, pois na atual fase do projeto a imagem gerada é em preto e branco.

Pesquisadores brasileiros que ajudam nesse projeto, atualmente também colaboram com pesquisas de células-tronco para recuperação de patologias relacionada a retina. Em entrevista exclusiva à Folha, Mark Humayun que é professor da Universidade do Sul da Califórnia afirma que seu maior desafio tem sido administrar a expectativa das pessoas sobre a nova tecnologia. “Não podemos alimentar falsas esperanças”, pois a tecnologia não pode ser usada, como exemplo, no caso em que o nervo óptico foi lesionado ou casos onde não existem mais células viáveis na retina.

Pelo menos 60 pessoas na Europa e nos EUA já usam o aparelho, a maioria subsidiada por programas governamentais. A cirurgia custa cerca de US$ 170 mil, e a empresa detentora da tecnologia pretende apresentar a proposta a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser comercializada no Brasil. Em tempos de crise, acredito que nosso Sistema Único de Saúde não poderia oferecer tamanha inovação, ficando então a cargo somente da iniciativa privada, neste momento.

http://www.secondsight.com/


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