- Estudo identificou uma porcentagem de pacientes tratados com medicamentos como quetiapina e haloperidol apresenta sérios problemas no ritmo cardíaco.
- Foi identificado um risco significativo de arritmias ventriculares e morte súbita cardíaca devido ao prolongamento do intervalo QT, conforme avaliado pelo eletrocardiograma.
- O monitoramento contínuo e cuidadoso é essencial para pacientes em tratamento com antipsicóticos, incluindo a realização de ECGs antes e após o início do tratamento, para implementar estratégias eficazes de mitigação de riscos.
Uma pesquisa publicada na revista Heart Rhythm, órgão oficial da Heart Rhythm Society, da Cardiac Electrophysiology Society e da Pediatric & Congenital Electrophysiology Society, trouxe uma preocupação significativa sobre os riscos cardíacos associados ao uso de antipsicóticos, particularmente quetiapina e haloperidol. Este estudo, realizado com uma grande coorte de pacientes em Taiwan, revelou que mais de 10% dos indivíduos tratados com esses medicamentos desenvolveram distúrbios graves no ritmo cardíaco. É o que nos mostra a publicação em Science Daily de 15 de janeiro de 2024.
A pesquisa indicou um aumento no risco de arritmias ventriculares e morte súbita cardíaca devido à prolongação do intervalo QT no eletrocardiograma. induzida por drogas. Esse achado é alarmante, considerando que os antipsicóticos são comumente prescritos para tratar esquizofrenia e psicose. Segundo o Professor Jamie Vandenberg, PhD, MBBS, FHRS, do Victor Chang Cardiac Research Institute, Austrália, e coautor do editorial que acompanha o estudo, há aproximadamente um risco dobrado de morte súbita cardíaca associado ao uso desses medicamentos.
O líder da investigação, Dr. Shang-Hung Chang, MD, PhD, da Divisão Cardiovascular, Departamento de Medicina Interna, Hospital Memorial Chang Gung, Taiwan, ressalta a importância de otimizar a segurança dos pacientes e gerenciar de maneira mais eficaz aqueles que recebem esses medicamentos. A pesquisa realizada foi uma análise retrospectiva de registros médicos eletrônicos, focando nas incidências, fatores de risco e correlações clínicas de prolongamento severo do QT.
Os resultados mais significativos indicaram que, durante o acompanhamento, mais de 10% dos pacientes desenvolveram prolongamento severo do QT, com um risco aumentado de arritmias ventriculares e morte súbita cardíaca entre os usuários de quetiapina ou haloperidol que desenvolveram esse problema.
A coautora do estudo, Dra. Chun-Li Wang, MD, da mesma instituição, enfatiza a necessidade de monitoramento rigoroso dos pacientes que recebem esses medicamentos, implementando estratégias de mitigação de riscos para garantir a segurança do paciente.
O Professor Vandenberg sugere a realização de um ECG antes e depois do início do tratamento com um antipsicótico. Em casos onde é possível, a interrupção do medicamento que causa o prolongamento do QT e a tentativa de outro antipsicótico podem ser consideradas. Caso não seja prático, é crucial reduzir outros fatores de risco, como a prescrição de outros medicamentos que possam exacerbar o prolongamento do QT e estar atento para a hipocalemia.
Este estudo traz um alerta para a comunidade médica sobre os potenciais riscos cardíacos associados ao uso de antipsicóticos e reforça a necessidade de um monitoramento vigilante e de estratégias de manejo adequadas para esses pacientes.
Se você deseja aprofundar o seu conhecimento nestas descobertas, disponibilizamos o link para acesso ao estudo original. 😉
Referência:
Elsevier. "Vigilant monitoring is needed to manage cardiac risks in patients using antipsychotics, doctors say." ScienceDaily. ScienceDaily, 15 January 2024. <www.sciencedaily.com/releases/2024/01/240115121220.htm>.