A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA (USPSTF) publicou, em 23 de janeiro de 2024, uma recomendação final sobre a triagem de atrasos e transtornos da fala e linguagem em crianças de até 5 anos. A USPSTF concluiu que não há evidências suficientes para apoiar ou se opor à triagem realizada por profissionais de cuidados primários em crianças que não apresentam sinais evidentes dessas condições. Essa posição recebeu a classificação "I", conforme a tabela de classificação da USPSTF.
Fonte: U.S. Preventive Services Task Force., 2024
Problemas de fala e linguagem podem variar desde dificuldades na produção da fala até problemas na compreensão da linguagem. Há crianças que desenvolvem essas habilidades mais lentamente, embora de forma normal, conhecido como atraso na fala ou linguagem. Outras crianças podem ter transtornos da fala ou linguagem, que se manifestam de maneira atípica. Ambos os casos podem ser tratados com terapias fonoaudiológicas para melhorar a comunicação e a linguagem.
A triagem de problemas de fala e linguagem em crianças é comumente feita através de questionários para pais ou cuidadores. No entanto, a eficácia desta triagem para melhorar a fala, a linguagem e outros resultados, como o desempenho escolar, ainda necessita de mais evidências.
A Dra. Tumaini Rucker Coker, da USPSTF, destacou a importância de tratar crianças com esses atrasos e transtornos, mas enfatizou a falta de dados robustos para recomendar a triagem em crianças menores de 5 anos sem sintomas. Ela também apontou a necessidade de mais pesquisas, especialmente em grupos vulneráveis, como crianças negras, hispânicas ou latinas, e aquelas de famílias de baixa renda.
Importante frisar que a recomendação é direcionada apenas para crianças sem sinais aparentes de atraso ou transtornos da fala e linguagem. Crianças que apresentam sintomas ou cujos cuidadores têm preocupações devem ser avaliadas e tratadas, se necessário.
A USPSTF também solicitou mais estudos sobre os potenciais danos da triagem e tratamento, incluindo estigmatização, ansiedade dos cuidadores, impactos sociais e emocionais e riscos de superdiagnóstico. Além disso, pesquisas adicionais sobre os efeitos do tratamento em aspectos como desempenho acadêmico, saúde social e emocional, e bem-estar da criança e da família são necessárias.
Referência:
- U.S. Preventive Services Task Force. (2024, January 23). Final Recommendation Statement on Screening for Speech and Language Delay and Disorders in Children. https://www.uspreventiveservicestaskforce.org/uspstf/sites/default/files/file/supporting_documents/speech-language-delay-screening-children-final-rec-bulletin.pdf
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Jin J. Screening for Speech and Language Problems in Young Children. JAMA. 2024;331(4):368. doi:10.1001/jama.2023.27630
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