Sim, o nome pode parece estranho, mas esse é fenômeno apesar de não ser reconhecido pelo DSM, é bem documentado pela Psicologia. Foi descrito primeiramente na década de 70 por Pauline Clance e Suzanne Imes, cientistas da universidade americana Estadual da Geórgia, baseado em um grupo de mulheres bem-sucedidas.
Tal síndrome afeta sobretudo pessoas em que estão passando por processos avaliativos de algum modo, sobretudo por avaliações regulares . As pessoas portadores dessa síndrome geralmente trabalham extenuantemente, de forma zelosa e bem-feita e no geral excedem em muito os seus colegas em tempo de esforço e qualidade de serviços prestados.
Contudo, quando os méritos decorrentes de tanto esforço chegam, são atribuídos por eles ao “acaso” ou a “sorte”. Seguidamente, ocorre um sentimento de “ser uma fraude” e a possibilidade eminente de “medo de ser descoberto” a qualquer momento. Esse quadro gera ansiedade e medo. A partir daí gera-se duas possibilidades de defesa, ou uma postura arrogante, ou um quadro de simpatia excessiva. O primeiro afim de que os outros se mantenham afastados e não vejam “ a fraude”, o segundo porque pelo excesso de simpatia não haveria um “apiedamento” diante da o desmascaramento do indivíduo.
O que isso tem a ver com os estudantes de Medicina?
Passamos por seis anos de graduação, com uma carga horária extensa durante o internato e maior ainda na vida profissional. Diante de nós se descortina a responsabilidade enorme de um erro e as implicações dele na vida dos nossos pacientes e além disso, há a pressão que a sociedade imputa ao médico e as condições de trabalho adversas que podemos encontrar. Diante disso, é possível que possamos nos esforçar ao máximo e ainda sim sentirmos “uma fraude a beira de ser descoberta”.
Se você se encaixa nesse perfil, é sempre recomendável a consulta a um psicólogo e o zelo por nossa saúde mental, afinal, pode parecer clichê mas cuidar de nossa psique é o primeiro grande passo para uma medicina bem- feita.
Por Mísia Nogueira Altivo - 8°período medicina UNIMAR