Enquanto estávamos no HackMed (parceria da USP com o MIT), conversamos com Regiane Relva Romano, assessora especial do Ministro Marcos Pontes, que subiu ao palco do evento para informar as atividades que o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) vêm realizando em conjunto com o Ministério da Saúde para acelerar o desenvolvimento do país em vários setores.
O primeiro deles trata do edital que está aberto para o desenvolvimento de 8 centros de excelência em Inteligência Artificial pelo país (falaremos em outro texto sobre como isso pode melhorar a saúde país afora).
O segundo, trata-se de um acordo de cooperação técnica firmado entre o MCTIC e o Ministério da saúde para acelerar o desenvolvimento de soluções com Internet das Coisas (IOT) para a saúde.
Durante o evento, também ouvimos nas palavras de Jacson Barros, diretor do departamento de informática do SUS (DataSUS), sobre as Unidades de Saúde Integradas, que tem a ambição de finalmente integrar dados de todo o país.
Uma das soluções ganhadoras desse Health Hackathon que falamos, foi o Drain Check, um dispositivo baseado em internet das coisas para avaliação precoce de efluentes de feridas operatórias para sinalizar precocemente sinais de deiscência de suturas em cirurgias do aparelho digestivo.
Esse assunto, como todo assunto que envolve Health Innovation é muito caro para nós aqui na Health Innovation League da Academia Médica e, por isso, reproduzimos na íntegra o comunicado do MCTIC:
MCTIC e MS lançam Câmara da Saúde 4.0 para aprimorar uso da tecnologia no setor
Saúde é uma das quatro áreas prioritárias no Plano Nacional de Internet das Coisas e objetivo é utilizar tecnologias na busca de soluções e melhorias para a área
A tecnologia vai permitir uma revolução na área de saúde no Brasil, afirmou o Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, durante o lançamento da Câmara de Saúde 4.0, nesta quinta-feira (30), em conjunto com o Ministério da Saúde. A área da saúde é um dos quatro temas prioritários identificados no Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT), do MCTIC, que já criou as câmaras da Indústria 4.0, Agro 4.0 e Cidades Inteligentes 4.0.
“A tecnologia tem de ser usada para melhorar a vida das pessoas. Internet das Coisas, inteligência artificial e conectividade, tudo isso em conjunto vai nos permitir revolucionar a tecnologia aplicada na área de saúde, tanto em grandes cidades como nas localidades mais distantes”, destacou Marcos Pontes. O ministro reforçou que o MCTIC tem como missão melhorar a qualidade de vida das pessoas e, segundo ele, a colaboração com o Ministério da Saúde vai permitir a execução dessa missão de forma intensa e extensa.
A Câmara da Saúde 4.0 será coordenada pelo Ministério da Saúde, em comum acordo com o MCTIC, estimulando a participação de membros das universidades, institutos de ciência e tecnologia, iniciativa privada e demais atores relevantes no cenário da inovação e da saúde, com a participação de estados e municípios. O objetivo é aproximar os membros, identificar e discutir assuntos relevantes, buscar sinergias, alinhar ações, articular e propor iniciativas para a implementação de IoT.
Na cerimônia, foi assinado um acordo de cooperação técnica entre os dois ministérios com o objetivo de aprimorar a implementação de aplicações de Internet das Coisas na área da saúde. O uso desses dispositivos poderá melhorar a efetividade da assistência à saúde por meio do monitoramento contínuo dos pacientes e da adoção de soluções de IoT; aumentar a celeridade e eficácia na vigilância epidemiológica e eventuais riscos à saúde; promover a conectividade visando à integração do Sistema Único de Saúde (SUS).
CGCS/MCTIC
Na cerimônia, foi assinado um acordo de cooperação técnica entre os dois ministérios com o objetivo de aprimorar a implementação de aplicações de Internet das Coisas na área da saúde.
Unidades de saúde integradas
Durante a solenidade, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou que um projeto-piloto de integração de todas as unidades de saúde do país já está em andamento no estado de Alagoas. Depois de concluído, esse projeto deverá ser apresentado e validado pela Câmara de Saúde, que deverá estendê-lo para todo o país. “O Brasil pode ser o primeiro país continental a ter todos os dados de saúde integrados.” As informações serão compartilhadas pelas unidades de saúde de todos os estados e municípios.
Nesse sistema integrado das unidades de saúde, explicou o ministro, a tecnologia também será usada para formar um banco de dados da saúde de todos os brasileiros. Inicialmente, o sistema deverá registrar cinco informações básicas de cada paciente: consultas realizadas; internação; medicamentos recebidos; exames realizados e vacinas tomadas.
Esse banco de dados deverá ser concluído nos próximos cinco anos e contar com cerca de R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões em investimentos, revelou Mandetta. “Esses dados podem ser usados para pesquisa, construção de soluções, coberturas vacinais e enfrentamento de doenças.” O ministro da Saúde reforçou que a utilização desses dados do paciente pelos profissionais e unidades de saúde será regulada pela Lei Geral de Proteção de Dados.
A Câmara de Saúde 4.0 faz parte das ações previstas no Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT), lançado pelo MCTIC em 2019. O plano se se trata de uma revolução tecnológica com objetivo de conectar dos dispositivos utilizados no dia a dia à internet. A ideia é implementar e desenvolver a Internet das Coisas no Brasil, com base na livre concorrência e circulação de dados, observadas as diretrizes de segurança da informação, privacidade e proteção de dados pessoais.
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