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Troca de Plantão #17: Liga da Justiça versão tupiniquim

Troca de Plantão #17: Liga da Justiça versão tupiniquim
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mar. 22 - 11 min de leitura
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Com o intuito de levar informação relevante aos médicos, profissionais de saúde e gestores que trabalham com ciências médicas no Brasil e no mundo, criamos o "Troca de Plantão da Academia Médica", que acontece de Segunda a Sexta às 06h30 da manhã no Clubhouse.  

Comandado por Fernando Carbonieri, médico e fundador da Academia Médica, o Troca de Plantão nº17 contou com os colegas Filipe ProhaskaMarilea Assis, Carlos Bernini, Luciana Taliberti, Newton Nunes, Jair Kuhn, Thiago Rodrigues, Débora, entre outros que também compartilharam conhecimento com a comunidade. Com audiência crescente, o Troca de Plantão da Academia Médica traz as principais publicações científicas do cenário mundial, discutidas por profissionais de ponta.

O Troca de Plantão acontece no Grupo da Academia Médica, dentro do Clubhouse. Entre e procure o Club Academia Médica.

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O Troca de Plantão #17 começou com Liga da Justiça, de Snyder Cut. Apesar das cansativas quatro horas de duração, a crítica mundial (e nacional) tem elogiado a trama mais madura, o desfecho amarrado e a boa construção dos personagens e vilões. Assista ao trailer:

Sessão "Fofocas do dia"

Aumento do uso de eletrônicos por crianças na pandemia provoca riscos à saúde

As circunstâncias atuais reforçaram uma percepção entre parte dos especialistas: embora seja importante estabelecer limites para o uso de tablets, celulares e computadores por crianças e adolescentes, essa medida por si só não é um parâmetro único em tempos de pandemia. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por exemplo, defendeu, em recomendações publicadas em fevereiro, que crianças de menos de 2 anos não fossem expostas a nenhuma atividade em tela. Crianças de 2 a 5 anos deviam passar apenas uma hora por dia diante de telas. Para crianças de 6 a 10, no máximo duas horas por dia (e sempre com supervisão de adultos). Para os mais velhos e adolescentes, o limite é de três horas.

Um dos motivos é que sentar diante de telas muitas vezes equivale a consumir conteúdo passivamente, perdendo oportunidades valiosas (principalmente para as crianças menores) de praticar outras habilidades importantes (e mais enriquecedoras) vindas da interação presencial, do contato com a natureza e com os objetos físicos. Outro é que as telas estimulam a produção de dopamina no corpo, que pode causar dependência ou levar a dificuldades para dormir e transtornos de comportamento, em casos mais extremos.

Além disso, o uso das telas, em geral, favorece o sedentarismo, em vez de estimular as crianças a brincarem com coisas concretas e a se movimentarem. A criança que fica muito tempo nos eletrônicos acaba tendo maior dificuldade de desenvolver os aspectos de criatividade, da inventividade e da coordenação motora. Um dos riscos grandes é de aumentar a irritabilidade. A criança pode ter o sono afetado, o ciclo da alimentação, até o ciclo de uso pra o banheiro, pois de tanto tempo que querem ficar nos eletrônicos, acabam não indo ao banheiro.

Thiago e Carlos ressaltaram também que o hiperestímulo constante presente nos jogos, com elementos modificadores de comportamento, sistemas de recompensa e de desafio contínuo, aliado as mídias sociais que fomentam e estimulam o tempo todo a atualização das notificações, corroboram uma ansiedade constante nos usuários, recheados de elementos viciantes. Newton também apontou que o uso prolongado de aparelhos eletrônicos tem aumentado a incidência de miopia e crianças. Além disso, apontou para os riscos financeiros dos jogos eletrônicos e fez analogia aos cassinos. Carlos pontuou a "mão pesada do Estado" para tentar impor medidas a fim de minimizar essas problemáticas.

 

CID 11: o que mudou na classificação das doenças?

Leia, na íntegra, aqui.

  • "Gaming disorder"

No início dos anos 90, quando foi elaborada a primeira CID, o universo dos jogos virtuais ainda era muito incipiente, sobretudo se compararmos com o momento atual, quando boa parte dos adolescentes conta com computadores pessoais, tablets, smartphones e outros gadgets modernos. É exatamente por esse motivo que, entre as principais novidades, está a inclusão do gaming disorder ou, em uma tradução livre, o distúrbio em jogos eletrônicos. A OMS definiu essa patologia como um “padrão de comportamento persistente ou recorrente”, com uma gravidade suficiente comprometer as áreas de funcionamento pessoal e social.

* Resistência antimicrobiana

O uso descontrolado de antibióticos já vem chamando a atenção de cientistas e profissionais de saúde em todo o mundo há muito tempo. No entanto, pesquisas, estudos e a própria realidade dos hospitais em todo o planeta vêm mostrando que esse problema pode ser ainda mais sério do que pensávamos. Muitos micro-organismos estão ficando resistentes e não respondem mais aos tratamentos, inclusive com drogas que foram consideradas muito eficientes há alguns anos. Diante desse contexto, a OMS resolveu alinhar melhor os códigos relativos à resistência antimicrobiana, possibilitando mapear melhor o problema ao redor do mundo.

  • Síndrome de burnout

A síndrome de burnout é outra doença que está enquadrada na CID 11 e tem forte relação com o estilo de vida moderno. Ela faz parte de um capítulo muito específico na classificação internacional, que é aquele que diz respeito aos problemas gerados e associados ao emprego ou desemprego. Essa enfermidade está propositalmente fora do capítulo que trata dos transtornos mentais, comportamentais ou do neurodesenvolvimento, uma vez que, para a OMS, trata-se de uma síndrome conceituada como resultado do estresse crônico no local de trabalho, que não foi gerenciado de forma adequada. Caracteriza essa patologia o sentimento de falta de energia, o aumento da distância mental do serviço, o negativismo relacionado com o trabalho de alguém e a redução da eficiência profissional. Vale lembrar que o burnout refere-se apenas aos fenômenos no contexto ocupacional e não deve ser aplicado em outras áreas da vida.

  • Transexualidade

Outra mudança muito significativa em relação a CID 10 diz respeito à transexualidade, que deixou de figurar na lista de doenças mentais e foi reclassificada como uma “incongruência de gênero”, em vez de “distúrbio de identidade de gênero”. Com isso, ela foi transferida para a categoria de saúde sexual. De acordo com a OMS, isso aconteceu porque, atualmente, os cientistas e médicos possuem provas suficientes que sugerem que a transexualidade não é um distúrbio mental, e que essa classificação poderia gerar estigmatização para os indivíduos que se identificam como transgêneros. As evidências disponíveis foram revisadas e debatidas por um grupo consultivo externo e com o feedback da comunidade profissional, que fundamentou a base para essa decisão. A alteração tem também o intuito de garantir o acesso às intervenções como cirurgias e terapias, que em nosso país são cobertas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

  • Autismo

A CID 11 reuniu todos os transtornos que fazem parte do espectro do autismo, como o autismo infantil, a Síndrome de Rett, a Síndrome de Asperger, o transtorno desintegrativo da infância e o transtorno com hipercinesia, por exemplo, em apenas um único diagnóstico: o TEA (Transtorno do Espectro do Autismo). Com isso, as subdivisões passam a ser relacionadas exclusivamente com algum prejuízo da linguagem funcional ou deficiência intelectual. Segundo a OMS, a intenção por trás dessa alteração é a de facilitar o diagnóstico, evitar erros e simplificar a codificação, promovendo melhor acesso aos serviços de saúde.

 

Efeito de jogar videogame no desempenho de habilidades laparoscópicas: uma revisão sistemática

Leia, na íntegra, aqui. 

As habilidades motoras, a coordenação entre os movimentos das mãos e dos olhos, a atenção visual, a percepção de profundidade e a competência de operar computadores melhoraram, de acordo com o estudo. 

 

A importância da cibersegurança

As formas mais comuns de comprometimento das informações são ataques a redes ou sistemas, muitas vezes causados por criminosos. Estes criminosos costumam utilizar seus conhecimentos técnicos sobre sistemas e suas falhas, mas também utilizam muita engenharia social para convencer as pessoas a fornecerem informações que em condições normais não forneceriam. Engenharia social nada mais é do que a arte de enganar, de convencer pessoas a fazerem coisas que poder ser prejudiciais, como revelar uma senha ou o código de ativação do WhatsApp.

Utilizando a engenharia social e conhecimentos técnicos (exploração de falhas em sistemas, construção de vírus de computador, etc.), os criminosos conseguem acesso a dados das empresas e das pessoas com o objetivo de obter lucro, causar dano, expor pessoas e organizações e aplicar todo tipo de golpe anto no mundo virtual quanto no mundo real.

Sugestão para o #sextou:

Dilema das redes - Netflix 

Robôs ou médicos?

Da Vinci é o robô-cirurgião mais usado no mundo, com 43 mil médicos treinados para operá-lo e mais de 5 milhões de pacientes atendidos em 66 países. O robô-cirurgião amplia as habilidades manuais e visuais do médico. Na interface homem-máquina está um console para o cirurgião, que mantém seu corpo em posição confortável e ergonômica. As mãos ficam em um joystick no formato de dedais para o controle de quatro braços robóticos (um com uma câmera e três para manipulação de instrumentos cirúrgicos) e a cabeça fica apoiada, para permitir a visualização de imagens de alta definição em 3D, captadas pela câmera.

A ampla adoção de sistemas robotizados no Brasil ainda é um desafio. Faltam profissionais treinados e o custo da tecnologia é limitante. Além disso, o aprendizado da cirurgia robótica é demorado e beira os limites do aceitável eticamente, já que a proficiência do operador só é alcançada após 250 a 350 intervenções. Até que se atinja esse patamar, as cirurgias são envolvidas por complicações frequentes, às vezes graves.

Outra questão é o elevado custo de aquisição e de manutenção desse procedimento, da ordem, respectivamente, de mais de US$ 3 milhões e de mais de US$ 300 mil anuais. Valores utópicos para oferecer a técnica a uma nação com a saúde devastada e com prioridades elementares inatingíveis para a sua população; e também mais onerosa para quem se dispõe a realizá-la sem patrocínio.

 

Sugestões para o #sextou:

Black Mirror - Netflix

Cirurgiões Inovadores - Netflix

 

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