Com o intuito de levar informação relevante aos médicos, profissionais de saúde e gestores que trabalham com ciências médicas no Brasil e no mundo, criamos o "Troca de Plantão da Academia Médica", que acontece de Segunda a Sexta às 06h30 da manhã no Clubhouse.
Comandado por Fernando Carbonieri, médico e fundador da Academia Médica, o Troca de Plantão nº17 contou com os colegas Filipe Prohaska, Marilea Assis, Carlos Bernini, Luciana Taliberti, Newton Nunes, Jair Kuhn, Thiago Rodrigues, Débora, entre outros que também compartilharam conhecimento com a comunidade. Com audiência crescente, o Troca de Plantão da Academia Médica traz as principais publicações científicas do cenário mundial, discutidas por profissionais de ponta.
O Troca de Plantão acontece no Grupo da Academia Médica, dentro do Clubhouse. Entre e procure o Club Academia Médica.
O Troca de Plantão #17 começou com Liga da Justiça, de Snyder Cut. Apesar das cansativas quatro horas de duração, a crítica mundial (e nacional) tem elogiado a trama mais madura, o desfecho amarrado e a boa construção dos personagens e vilões. Assista ao trailer:
Sessão "Fofocas do dia"
Aumento do uso de eletrônicos por crianças na pandemia provoca riscos à saúde
As circunstâncias atuais reforçaram uma percepção entre parte dos especialistas: embora seja importante estabelecer limites para o uso de tablets, celulares e computadores por crianças e adolescentes, essa medida por si só não é um parâmetro único em tempos de pandemia. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por exemplo, defendeu, em recomendações publicadas em fevereiro, que crianças de menos de 2 anos não fossem expostas a nenhuma atividade em tela. Crianças de 2 a 5 anos deviam passar apenas uma hora por dia diante de telas. Para crianças de 6 a 10, no máximo duas horas por dia (e sempre com supervisão de adultos). Para os mais velhos e adolescentes, o limite é de três horas.
Um dos motivos é que sentar diante de telas muitas vezes equivale a consumir conteúdo passivamente, perdendo oportunidades valiosas (principalmente para as crianças menores) de praticar outras habilidades importantes (e mais enriquecedoras) vindas da interação presencial, do contato com a natureza e com os objetos físicos. Outro é que as telas estimulam a produção de dopamina no corpo, que pode causar dependência ou levar a dificuldades para dormir e transtornos de comportamento, em casos mais extremos.
Além disso, o uso das telas, em geral, favorece o sedentarismo, em vez de estimular as crianças a brincarem com coisas concretas e a se movimentarem. A criança que fica muito tempo nos eletrônicos acaba tendo maior dificuldade de desenvolver os aspectos de criatividade, da inventividade e da coordenação motora. Um dos riscos grandes é de aumentar a irritabilidade. A criança pode ter o sono afetado, o ciclo da alimentação, até o ciclo de uso pra o banheiro, pois de tanto tempo que querem ficar nos eletrônicos, acabam não indo ao banheiro.
Thiago e Carlos ressaltaram também que o hiperestímulo constante presente nos jogos, com elementos modificadores de comportamento, sistemas de recompensa e de desafio contínuo, aliado as mídias sociais que fomentam e estimulam o tempo todo a atualização das notificações, corroboram uma ansiedade constante nos usuários, recheados de elementos viciantes. Newton também apontou que o uso prolongado de aparelhos eletrônicos tem aumentado a incidência de miopia e crianças. Além disso, apontou para os riscos financeiros dos jogos eletrônicos e fez analogia aos cassinos. Carlos pontuou a "mão pesada do Estado" para tentar impor medidas a fim de minimizar essas problemáticas.
CID 11: o que mudou na classificação das doenças?
Leia, na íntegra, aqui.
- "Gaming disorder"
No início dos anos 90, quando foi elaborada a primeira CID, o universo dos jogos virtuais ainda era muito incipiente, sobretudo se compararmos com o momento atual, quando boa parte dos adolescentes conta com computadores pessoais, tablets, smartphones e outros gadgets modernos. É exatamente por esse motivo que, entre as principais novidades, está a inclusão do gaming disorder ou, em uma tradução livre, o distúrbio em jogos eletrônicos. A OMS definiu essa patologia como um “padrão de comportamento persistente ou recorrente”, com uma gravidade suficiente comprometer as áreas de funcionamento pessoal e social.
* Resistência antimicrobiana
O uso descontrolado de antibióticos já vem chamando a atenção de cientistas e profissionais de saúde em todo o mundo há muito tempo. No entanto, pesquisas, estudos e a própria realidade dos hospitais em todo o planeta vêm mostrando que esse problema pode ser ainda mais sério do que pensávamos. Muitos micro-organismos estão ficando resistentes e não respondem mais aos tratamentos, inclusive com drogas que foram consideradas muito eficientes há alguns anos. Diante desse contexto, a OMS resolveu alinhar melhor os códigos relativos à resistência antimicrobiana, possibilitando mapear melhor o problema ao redor do mundo.
- Síndrome de burnout
A síndrome de burnout é outra doença que está enquadrada na CID 11 e tem forte relação com o estilo de vida moderno. Ela faz parte de um capítulo muito específico na classificação internacional, que é aquele que diz respeito aos problemas gerados e associados ao emprego ou desemprego. Essa enfermidade está propositalmente fora do capítulo que trata dos transtornos mentais, comportamentais ou do neurodesenvolvimento, uma vez que, para a OMS, trata-se de uma síndrome conceituada como resultado do estresse crônico no local de trabalho, que não foi gerenciado de forma adequada. Caracteriza essa patologia o sentimento de falta de energia, o aumento da distância mental do serviço, o negativismo relacionado com o trabalho de alguém e a redução da eficiência profissional. Vale lembrar que o burnout refere-se apenas aos fenômenos no contexto ocupacional e não deve ser aplicado em outras áreas da vida.
- Transexualidade
Outra mudança muito significativa em relação a CID 10 diz respeito à transexualidade, que deixou de figurar na lista de doenças mentais e foi reclassificada como uma “incongruência de gênero”, em vez de “distúrbio de identidade de gênero”. Com isso, ela foi transferida para a categoria de saúde sexual. De acordo com a OMS, isso aconteceu porque, atualmente, os cientistas e médicos possuem provas suficientes que sugerem que a transexualidade não é um distúrbio mental, e que essa classificação poderia gerar estigmatização para os indivíduos que se identificam como transgêneros. As evidências disponíveis foram revisadas e debatidas por um grupo consultivo externo e com o feedback da comunidade profissional, que fundamentou a base para essa decisão. A alteração tem também o intuito de garantir o acesso às intervenções como cirurgias e terapias, que em nosso país são cobertas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
- Autismo
A CID 11 reuniu todos os transtornos que fazem parte do espectro do autismo, como o autismo infantil, a Síndrome de Rett, a Síndrome de Asperger, o transtorno desintegrativo da infância e o transtorno com hipercinesia, por exemplo, em apenas um único diagnóstico: o TEA (Transtorno do Espectro do Autismo). Com isso, as subdivisões passam a ser relacionadas exclusivamente com algum prejuízo da linguagem funcional ou deficiência intelectual. Segundo a OMS, a intenção por trás dessa alteração é a de facilitar o diagnóstico, evitar erros e simplificar a codificação, promovendo melhor acesso aos serviços de saúde.
Efeito de jogar videogame no desempenho de habilidades laparoscópicas: uma revisão sistemática
Leia, na íntegra, aqui.
As habilidades motoras, a coordenação entre os movimentos das mãos e dos olhos, a atenção visual, a percepção de profundidade e a competência de operar computadores melhoraram, de acordo com o estudo.
A importância da cibersegurança
As formas mais comuns de comprometimento das informações são ataques a redes ou sistemas, muitas vezes causados por criminosos. Estes criminosos costumam utilizar seus conhecimentos técnicos sobre sistemas e suas falhas, mas também utilizam muita engenharia social para convencer as pessoas a fornecerem informações que em condições normais não forneceriam. Engenharia social nada mais é do que a arte de enganar, de convencer pessoas a fazerem coisas que poder ser prejudiciais, como revelar uma senha ou o código de ativação do WhatsApp.
Utilizando a engenharia social e conhecimentos técnicos (exploração de falhas em sistemas, construção de vírus de computador, etc.), os criminosos conseguem acesso a dados das empresas e das pessoas com o objetivo de obter lucro, causar dano, expor pessoas e organizações e aplicar todo tipo de golpe anto no mundo virtual quanto no mundo real.
Sugestão para o #sextou:
Dilema das redes - Netflix
Robôs ou médicos?
Da Vinci é o robô-cirurgião mais usado no mundo, com 43 mil médicos treinados para operá-lo e mais de 5 milhões de pacientes atendidos em 66 países. O robô-cirurgião amplia as habilidades manuais e visuais do médico. Na interface homem-máquina está um console para o cirurgião, que mantém seu corpo em posição confortável e ergonômica. As mãos ficam em um joystick no formato de dedais para o controle de quatro braços robóticos (um com uma câmera e três para manipulação de instrumentos cirúrgicos) e a cabeça fica apoiada, para permitir a visualização de imagens de alta definição em 3D, captadas pela câmera.
A ampla adoção de sistemas robotizados no Brasil ainda é um desafio. Faltam profissionais treinados e o custo da tecnologia é limitante. Além disso, o aprendizado da cirurgia robótica é demorado e beira os limites do aceitável eticamente, já que a proficiência do operador só é alcançada após 250 a 350 intervenções. Até que se atinja esse patamar, as cirurgias são envolvidas por complicações frequentes, às vezes graves.
Outra questão é o elevado custo de aquisição e de manutenção desse procedimento, da ordem, respectivamente, de mais de US$ 3 milhões e de mais de US$ 300 mil anuais. Valores utópicos para oferecer a técnica a uma nação com a saúde devastada e com prioridades elementares inatingíveis para a sua população; e também mais onerosa para quem se dispõe a realizá-la sem patrocínio.
Sugestões para o #sextou:
Black Mirror - Netflix
Cirurgiões Inovadores - Netflix
O que você achou desse episódio? Ajude-nos a fazer melhor. Pule para dentro da conversa e compartilhe conhecimento conosco!
Se você esteve conosco ao vivo, por favor, deixe os seus comentários abaixo!
Página da redação da Academia Médica para divulgar atualizações pertinentes aos médicos, acadêmicos de medicina e profissionais de saúde.