Em um simpósio da Academia Nacional de Medicina realizado no dia 13 de maio de 2021, inúmeras expectativas e abordagens de inteligência artificial para a saúde foram realizadas por especialistas na área.
Quem abriu a sequência de falas foi Tobias Zobel, diretor da d.hip (Digital health Innovation Platform)
A d.hip se situa no Medical Valley na Alemanha, um centro parecido com o vale do silício, ou seja, um ambiente que respira inovação e tecnologia
Hoje, a empresa na qual Tobias trabalha tem duas vertentes, o digital health data center e o digital health twin, o primeiro busca fazer um trabalho bem parecido ao que o InovaHC realiza em São Paulo, buscando agregar dados clínicos, modelá-los e deixá-los prontos para o ensino da inteligência artificial a fim de predizer doenças.
Os gêmeos virtuais da d.hip
Mas o que vai ser foco da nossa discussão é o segundo caso, o digital health twin, ou seja, o modo com o qual a empresa cria gêmeos virtuais das pessoas, registrando dados em relação à anatomia, fisiologia, comportamentos e hábitos de vida, a fim de predizer doenças e comportamentos de risco além de garantir uma medicina personalizada nas áreas de saúde da mama e reumatologia.
O objetivo é criar um histórico médico digitalizado, personalizado e torná-lo disponível para que aquele paciente receba um melhor tratamento a cada vez que necessitar ir a um profissional.
Se percebermos o mundo e os outros setores empresariais, cada vez mais a tecnologia, e junto a isso a inteligência artificial, vem ganhando espaço e força. Vejamos alguns exemplos: tempos atrás você via turistas andando com um mapa gigante pelas ruas, hoje já não se vê mais isso, todo mundo possui um smartphone na mão. A falecida BlockBuster, foi tão duramente atingida que perdeu seu espaço para a Netflix. Poderiamos ficar linhas e linhas falando de vários incrementos ou disrupções que vêm ocorrendo nos diversos setores, e no mundo da saúde não será, ou melhor dizendo, não é diferente, pois a mudança já vem ocorrendo, com algumas limitações jurídicas e burocráticas, mas já é nosso dia a dia.
A inteligência artificial como falado previamente em outros textos aqui na Academia Médica buscam mudar a maneira com que a saúde é entregue:
Busca melhorar resultados de diagnóstico, além de oferecer uma melhor experiência ao paciente
Aumenta a eficiência e produtividade do cuidado
Permite diminuir o tempo de diagnóstico
Permite com que o profissional tenha mais tempo com o paciente
O que esperar no futuro se o futuro é agora?
E dentre os vários momentos nos quais a inteligência artificial se situará, pode ser desde a pré-consulta até o momento do diagnóstico, auxiliando na triagem, no suporte da decisão clínica, na entrega de cuidado fora do ambiente hospitalar, dentre outros.
São inúmeros benefícios, e em relação aos empregos, assim como ocorreu revoluções industriais, muitos profissionais têm o medo de perder seus empregos para máquinas, no entanto, a expectativa para a Europa em 2030 é que o número de empregos aumente mais que 2x (saindo de 8.6 mi para 18.2 mi) e não o contrário.
No entanto, cabe aqui ressaltar que a medicina não é a mesma, os profissionais também não podem esperar que o mercado fique sempre o mesmo, eles também precisarão inovar e se adaptar, se não realmente a esteira irá rolando e aos poucos a tendência é que o grande volume seja ocupado por serviços que envolvam a inteligência artificial e quem não aceitar isso, será gentilmente afastado da grande movimentação da saúde.
Por Yan Kubiak Canquerino - Colaborador da Academia Médica
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Referências:
https://www.facebook.com/acadnacmed/videos/848996995687574. Acesso em: 01/06/2021.