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A Saúde é muito grande para ser de domínio do médico!

A Saúde é muito grande para ser de domínio do médico!
Fernando Carbonieri
mar. 8 - 6 min de leitura
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Engraçado como as coisas são no mundo da saúde, não? Quando entrei na faculdade de medicina acreditava firmemente que eu seria o personagem principal da saúde... Esse era o meu objetivo de vida. Conforme fui tendo as minhas experiências na faculdade e depois como profissional, vi que as coisas não são nem de perto como a nossa juventude imagina. 

Como médicos somos muito importantes, sim, devemos aprender a liderar, a compartilhar e dar protagonismo e, sempre que possível, evitar se transformar naqueles chefes  que são sabotados a todo o tempo por seus colaboradores e nem tomam conhecimento (acreditem, isso acontece muito na medicina e na saúde como um todo). Esse raciocínio me lembra muito "O Príncipe", que nos ensina muito mais do que as milhares de interpretações para a frase "os fins justificam os meios".

Tudo que se vê de mais moderno em gestão e qualidade em saúde, traz o mantra do colocar o paciente no centro, adaptar o cuidado, porque o paciente é quem deve ser a prioridade numero um.

Vemos consultorias, speakers, palestrantes, escritores de livros e e-books, proferindo frases copiadas e traduzidas de livros e websites que sedimentam sistemas mais maduros e evoluídos que o nosso. 

De fato temos uma guerra interdisciplinar em grande parte dos hospitais, UPAS, UBSs e assim por diante. Profissionais que se toleram, que trabalham juntos por que tem que trabalhar assim, são facilmente encontrados. Todos eles em posição defensiva afim de culpar o outro pelos problemas de suas rotinas. 

A saúde é muito grande para colocarmos o profissional no centro. Parem para pensar. Nós que trabalhamos na saúde, somos etiquetados por mais de 36 profissões assistenciais que formam o complexo assistencial de saúde. Todos nós querendo, de alguma forma, o protagonismo, porém, poucos realmente trabalham em equipes de protagonismo compartilhado. 

Muitos de nós trabalham em equipe porque não há outra maneira. Nutrem uma guerra sem sentido, mas que reconheço, tem as suas origens. De fato, esse cenário é construído também pela falta de reconhecimento, pela ignorância sobre as atividades de cada um da equipe de saúde e também pela incompetência em dividir com o time assistencial as vitórias diante dos resultados.

Nesse texto, vou me ater à ignorância sobre a atividade dos demais profissionais de saúde. Não falo somente sobre nós médicos. Falo também sobre a ignorância da atividade e responsabilidades divididas entre todos no sistema. É muita gente e muitos não reconhecem a história da sua própria profissão ou da profissão do parceiro de trabalho que objetiva, no fim do dia, levar qualidade de vida ao indivíduo ou às populações.

No tempo de docência, tive o prazer de orientar um trabalho da ainda acadêmica (agora residente de GO) Graziela Leal na PUCPR, no qual buscamos entender as "Noções de equipes de saúde do Acadêmico de Medicina: seria o futuro médico uma ilha?". Nesse estudo descobrimos que a população pesquisada pouco conhecia sobre o que era de fato a sua real responsabilidade e o que era responsabilidade dos outros profissionais de saúde. Isso me motivou, cada vez mais, a explorar o universo da saúde.

Como resultado, procuro constantemente pessoas mais experientes que eu, que estudaram mais a fundo certos temas ou que têm um outro ponto de vista, para ampliar os meus horizontes o mundo das pessoas que fazem parte da Comunidade Academia Médica. Nesse sentido, vale ressaltar o Dr. Áureo Lustosa Guerios e o incrível conhecimento que ele apresentará na websérie A História da Saúde: onde a ciência, a cultura e a arte se encontram.

Como disse acima, são 36 ou mais profissões e campos de estudo assistenciais da saúde (até eu me surpreendi na hora que escrevia esse texto):

  1. Biologia (licenciatura e bacharelado)

  2. Biomedicina

  3. Botânica

  4. Ciências Agrárias

  5. Ciências Ambientais

  6. Ciências Biológicas

  7. Ciências da Saúde

  8. Ciências do Meio Aquático

  9. Ecologia

  10. Educação física (licenciatura e bacharelado)

  11. Enfermagem

  12. Fisioterapia

  13. Fonoaudiologia

  14. Gerontologia

  15. Medicina

  16. Medicina veterinária

  17. Microbiologia e Imunologia

  18. Naturologia

  19. Neurociência

  20. Nutrição

  21. Odontologia

  22. Quiropraxia

  23. Saúde Coletiva

  24. Terapia ocupacional

  25. Zootecnia

  26. Biotecnologia

  27. Ciência dos Alimentos

  28. Cosmetologia

  29. Drenagem e Irrigação

  30. Estética

  31. Gestão Desportiva e de Lazer

  32. Gestão Hospitalar

  33. Radiologia

  34. Sistemas Biomédicos

  35. Humanidades Médicas 

  36. Bioética

Logicamente, nem todas elas são assistenciais, mas devem ser consideradas, pois como disse fazem parte do complexo de saúde, principalmente das atividades eminentemente transdisciplinares como a Saúde Global, a Gestão Hospitalar, a Saúde Coletiva, Saúde Única e assim por diante. 

Aqui ficam algumas perguntas:

O quanto você realmente conhece da história das profissões da saúde? 

Será que a história que você conhece sobre a sua profissão é a real?

Como surgiram as profissões/áreas de estudo da Enfermagem, Fisioterapia, Odontologia, Educação Física, Biologia, Farmácia, Terapia Ocupacional, Gestão Hospitalar, Biomedicina...? 

você sabe as respostas para estas perguntas? Eu não. Há um mundo a ser explorado dentro da saúde e com certeza eu vou embarcar nessa junto com o Áureo Lustosa nesta websérie que me encheu de expectativas, principalmente depois de ter assistido e colaborado com ele tantas vezes. 

Para se inscrever e poder aproveitar essa websérie gratuitamente, acesse ESTE LINK ou clique no banner abaixo

A Saúde é realmente muito grande para ser de domínio de nós médicos. Para entregarmos a melhor saúde para o nosso paciente que DEVE estar no centro do cuidado, precisamos primeiro reconhecer quem são e de onde surgiram todas as pessoas que estão nas linhas de frente conosco, apoiando-se no seu melhor para entregar o melhor para a saúde dos pacientes. Quem sabe, assim, deixemos o nosso trabalho menos fragmentado e mais coerente com a entrega do nosso comum propósito: melhorar a qualidade de vida das pessoas!

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