As maiores histórias da humanidade foram construídas com estruturas semelhantes. As narrativas sobre as vidas de Buda, Jesus Cristo, Moisés, Luke Skywalker, Batman, Homem de Ferro, Frodo Bolseiro, Harry Poter e, por que não, dos Médicos são fundamentadas no Monomito.
A Jornada do Herói de Christopher Vogler (Monomito) propõe que, a partir de um estado conhecido e pacato, o herói é chamado para uma grande aventura. Ele penetra a fundo no desconhecido, sofre, aprende e vence. O herói então volta para casa, sábio e livre. Uma pessoa que inspira todos ao seu redor.
É assim a nossa história como médicos.
Dotados de ignorância sobre a realidade do adoecimento, mas motivados a ajudar o próximo, atendemos a esse chamado. Resolvemos então estudar para ser médicos. Somos treinados pelos discípulos de Esculápio e, quando achamos que estamos prontos, temos um mundo de inimigos para combater. Saímos para trabalhar pensando em combater doenças. Ganhamos na maioria das vezes, mas as derrotas fazem parte da vida.
Após inúmeras vitórias e escolados com algumas derrotas, alcançamos novamente a pacatez da rotina do mundo que conhecemos e dominamos. Relaxamos e baixamos a nossa guarda.
Entretanto, é nesse momento que os maiores desafios se apresentam. Talvez seja aqui que resida o presente momento da medicina brasileira. Nos últimos anos, corremos risco de morte, pois nunca antes na história enfrentamos inimigo tão desconhecido e que conhece tão bem os nossos pontos fracos. A estável vida do médico ganhou um inimigo muito poderoso, que despreza aqueles que foram forjados para salvar vidas.
Fomos atacados por todos os lados. De repente, nossa casa já não tem mais ataduras, antibióticos, funcionários da limpeza, energia. Migalhas são pagas para aqueles que operam e salvam vidas com suas mãos e responsabilidades. Piratas terceirizados são premiados pelos grandes vilões. Nossas escolas agora funcionam sem mestres. Aparentemente, não temos para onde correr ou como voltar à estabilidade. Sofremos e, junto conosco, sofre a nossa principal motivação: o paciente.
Percebemos então que somos em parte um pouco culpados pelo ataque que sofremos. Fomos complacentes com executivos que nos prometiam um bom lugar para trabalhar ou um bom salário sem direitos constitucionais. Não atentamos ao fato de que apenas estávamos trabalhando para alguém, que a nossa capacidade criativa, aos poucos, sucumbiam à nossa necessidade monetárias que pagam por prazeres fugazes e sem lastro. Não nos associamos aos nossos pares que têm os mesmos problemas que nós e nem com os que possuem as soluções. E o nosso paciente fica à mercê dessas fraquezas.
Graças às adversidades por que passamos nos últimos anos, abrimos nossos olhos. Estamos mais políticos, mais unidos e compreendendo realmente que o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe. Não podemos nos dar ao luxo de deixar a vida nos levar. Há a necessidade de associar-se aos pares e, inclusive, liderá-los, para juntos, podermos conquistar a nossa independência de Estado e a nossa vanguarda tecnológica/criativa.
Ainda não retornamos ao nosso lugar de origem, mas, perante as mudanças a que estamos assistindo, podemos voltar a acreditar que a saúde ainda terá solução. A solução passa sim pela reconstrução da imagem do médico herói, mas passa principalmente pela capacidade de criar e liderar do médico. O paciente voltará a ser o beneficiário e, quem sabe, poderemos voltar a momentos de calmaria, quando ele era a nossa única preocupação.
Pensando nessa necessidade de nos associarmos aos pares e retomarmos nossa capacidade de criar e liderar, a Academia Médica / Health School, em parceria com Marcelo Tournier (médico, executivo de saúde e inovação para saúde SESI), Carlos Bernini Kapins (gamification, design de serviço e cardiopediatria intervencionista) e Fernando Carbonieri ( Academia Médica, Hacking Health e Bioética Aplicada), formulou um programa de imersão em FORMAÇÃO EXECUTIVA PARA O PROFISSIONAL DE SAÚDE.
Com o objetivo de expandir os horizontes e criar o mindset de liderança voltada para o futuro, o programa está com esta com duas turmas abertas:
- 27, 28 e 29 de julho – Jupter, em Curitiba/PR
- 3, 4 e 5 de agosto – Centro de Treinamento Edson Bueno, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro/RJ
Guilherme Rabello, do Inova Incor, comenta sobre o que viu durante sua participação na primeira edição do LIM, em São Paulo.
O seguimento da imersão acontece pela comunidade de prática online, criada especialmente para manter o seu network com as pessoas que querem resolver problemas reais, de pessoas reais, motivando todos os stakeholders necessários para que a mudança ocorra.
Leadership Innovation and Management for Healthcare Professionals - LIM:
- Sexta, das 17h às 22h
- Sábado das 08h às 18h30
- Domingo das 08h às 13h
- Repositório de informações exclusivo para os ALUMNI em academiamedica.com.br/lim
- Webinars quinzenais sobre cases de sucesso e fracasso, liderança, inovação, gestão, implementação de ferramentais ágeis, focado na área da saúde. Os webinars serão desenvolvidos por facilitadores e convidados que trabalham com metodologias ativas de ensino para melhorar a qualidade do aprendizado em rede, por pares.
Mais informações em http://health.school/lim