A sétima edição do International Symposium on Immunobiologicals (ISI) alerta para o alto risco de retorno da poliomielite ao Brasil, devido à baixa cobertura vacinal. A doença, erradicada no país desde 1989, pode causar morte ou graves sequelas motoras.
Promovido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Bio-Manguinhos/Fiocruz, no Rio de Janeiro, o evento destaca fatores como imigração, saneamento inadequado, grupos antivacinas e falta de vigilância ambiental como contribuintes para o risco. O Brasil é o segundo país das Américas com maior risco de volta da poliomielite, atrás apenas do Haiti.
No ano passado, a cobertura vacinal no Brasil ficou em 77,16%, muito abaixo da taxa de 95% recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para impedir a circulação do vírus. No simpósio, discutiu-se a hesitação vacinal e a importância de investir em campanhas e informações de qualidade.
José Cassio de Morais, assessor temporário da Organização Pan-Americana da Saúde, destacou a necessidade de melhorar a comunicação social em relação às vacinas. Ele mencionou o impacto das fake news e a falta de divulgação das campanhas de vacinação, como a da influenza.
A conscientização da população sobre a importância da vacinação, tanto para proteção individual quanto coletiva, é fundamental para combater a hesitação vacinal e evitar o retorno de doenças erradicadas, como a poliomielite.
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Fonte:
Agência Brasil. (2023). Pesquisadores apontam alto risco de volta da poliomielite no Brasil.
https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2023-05/pesquisadores-apontam-alto-risco-de-volta-da-poliomielite-no-brasil