Com a pandemia de Covid-19, os movimentos antivacina tornaram-se mais evidentes. Mesmo após o auge da pandemia, suas vertentes continuam a atuar pelo mundo.
A Agence France-Presse (AFP), uma agência de notícias francesa, divulgou uma matéria sobre os grupos sociais antivacinas e o movimento "sangue puro", formado por pessoas que se autodenominam assim e se recusam a ser vacinadas, propagando informações deturpadas sobre diversos tipos de imunizantes.
Em grupos fechados de mídia social, os céticos das vacinas promovem a violência contra médicos que administram vacinas contra o coronavírus, juntamente com falsas alegações de mortes em massa de pessoas que as receberam.
A reportagem da AFP destaca o recente caso de um casal da Nova Zelândia que impediu a cirurgia cardíaca de seu bebê, alegando que qualquer sangue transfundido poderia ter vindo de um doador vacinado. A posição deles levou um tribunal da Nova Zelândia a assumir a custódia temporária da criança para permitir o procedimento. O caso se tornou célebre entre os céticos das vacinas de todo o mundo.
Fundada por George Della Pietra, um naturopata suíço, o Safe Blood Donation é um serviço global de mediação que rotula falsamente as vacinas de mRNA contra o coronavírus como uma "ameaça à saúde" e busca conectar doadores de sangue não vacinados com receptores.
A organização sem fins lucrativos, com sede em Zurique, se oferece para obter sangue não vacinado "fresco ou enlatado" para seus clientes. Segundo o site do grupo, existe atuação na Europa Ocidental, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Ásia e África. Pelo serviço, os membros da Safe Blood são obrigados a pagar uma taxa inicial de adesão de 50 euros (US$ 54,00), seguida de 20 euros a cada ano subsequente.
Além de sangue puro, os ceticistas também procuram por esperma de não vacinados e por leite de mães não vacinadas. Em posts de grupos on-line, há teorias da conspiração de que esses materiais poderão ser o próximo Bitcoin, "devido a sua preciosidade". Esses pedidos parecem resultar da crença nas alegações desmentidas de que as vacinas contra o Covid-19 podem causar infertilidade ou alterar o DNA humano.
Um repórter da AFP se infiltrou em um dos grupos fechados do Facebook de "sangues puros" e encontrou postagens difamando os médicos que administram vacinas como "um braço do estado". Além disso, outras postagens continham uma imagem de desenho animado de uma enfermeira segurando uma seringa e parada em um campo cheio de caveiras. Outra continha "vítimas" caindo de um frasco de vacina em muletas e cadeiras de rodas.
Referência:
CHOPRA, Anuj; GOLDHAMER, Marisha. Vaccine misinformation spawns 'pure blood' movement. Disponível em: https://medicalxpress.com/news/2023-01-vaccine-misinformation-spawns-pure-blood.html. Acesso em: 25 jan. 2023.
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