Estudo publicado no International
Journal of Public Health vem demonstrando que garantir que todos tenham
acesso à vacinação completa contra a Covid-19, com duas doses, pode ser mais importante
para evitar a propagação do SARS-CoV-2 do que realizar esforços para aplicação
de doses de reforço.
Segundo a pesquisa - realizada em 32 países da Europa,
durante a quarta onda da doença no continente (entre de outubro de 2021 e
janeiro de 2022), onde houve prevalência da variante ômicron - um aumento de
4,2% no número de pessoas que receberam duas doses da vacina levou a uma
redução de 54% nas taxas de casos.
Enquanto isso, não foi verificado benefício adicional no
aumento de 2,71% para 24,5% da vacinação de reforço para grupos considerados
mais vulneráveis no que diz respeito à prevenção de casos e controle da doença.
Com uma média de 20% das pessoas totalmente vacinadas em
países de baixa renda, os autores do estudo pedem que governos e autoridades de
saúde do mundo intensifiquem a política de vacinação completa para todos.
Segundo eles, embora os imunizantes possam perder um pouco
da eficácia com o passar do tempo, ainda são importantes para prevenir casos graves
e ajudam a ganhar tempo para que outras medidas de defesa sejam implantadas e ampliadas,
principalmente com a chegada de novas variantes.
Nas últimas semanas, em diversos países do mundo, foi
verificado aumento do número de casos de Covid-19 principalmente devido à
propagação das variantes BQ.1 e BQ.1.1. No Brasil, as mesmas já foram
registradas em alguns estados, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Para avaliar o impacto da vacinação nas taxas de casos de Covid-19
na Europa, foi utilizado modelo de regressão de Poisson de efeitos fixos
longitudinais.
Referência:
Vageesh Jain et al,
The Real-World Impact of Vaccination on COVID-19 Cases During Europe's Fourth
Wave, International Journal of Public Health (2022). DOI:
10.3389/ijph.2022.1604793