A angina pectoris é caracterizada como um intenso desconforto torácico precordial ou subesternal, que pode se irradiar para o braço esquerdo, dorso, mandíbula e pescoço. Além disso, sabe-se que esta patologia está intimamente relacionada com o desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio no miocárdio.
CLASSIFICAÇÃO
Angina Estável
Este tipo de angina ocorre durante situações que possam levar à sobrecarga cardíaca, como estresse, exposição ao frio, emoções e principalmente exercícios físicos. É causada na maioria das vezes pela fixação de uma placa de ateroma nas artérias coronárias, que causam obstrução no fluxo sanguíneo, sem desenvolvimento de necrose. Na maioria das vezes o paciente apresenta dor subesternal, durando de 5 segundos a 15 minutos, podendo ser acompanhada de dispneia, sudorese, náuseas e sensação de fraqueza. O exame físico do paciente geralmente está normal e os sintomas são reversíveis na maioria das vezes. O quadro pode desaparecer em repouso com o uso de nitroglicerina.
Classificação da angina - Sociedade Cardiovascular Canadense
Classe I: angina aos grandes esforços.
Classe II: angina aos médios esforços (andar rápido, subir rampas ou 2 lances de escada). Limitação leve das atividades diárias.
Classe III: Angina aos pequenos esforços (andar mais de um quarteirão, subir um lance de escada). Limitação acentuada das atividades físicas
Classe IV: Angina aos mínimos esforços (tomar banho, pentear o cabelo) ou em repouso. Incapacidade física.
Angina Instável
Os episódios desta angina são desencadeados por pequenos esforços ou até mesmo em repouso, geralmente precedem o infarto agudo do miocárdio, servindo como alerta. Na maioria dos pacientes a causa é a ruptura de uma placa de ateroma, seguida de possível formação de êmbolos ou vasoespasmo. O paciente apresenta dor com características semelhantes à angina estável, entretanto, com duração acima de 20 minutos que não alivia totalmente ou não se modifica com o uso de nitratos. O exame físico pode ser normal, porém, durante o episódio de dor, podem aparecer estertores pulmonares, sopros cardíacos ou hipotensão arterial.
Classificação de Braunwald para angina instável
Gravidade dos sintomas
Classe I = Angina de início recente (menos de 2 meses), frequente ou de grande intensidade (3 ou mais vezes ao dia), acelerada (evolutivamente mais frequente ou desencadeada por esforços progressivamente menores)
Classe II = Angina de repouso subaguda (1 ou mais episódios em repouso nos últimos 30 dias, o último episódio ocorrido há mais de 48h)
Classe III = Angina de repouso aguda (um ou mais episódios em repouso nas últimas 48h)
Circunstâncias das manifestações clínicas
Classe A = Angina instável secundária (anemia, febre, hipotensão, hipertensão não controlada, emoções não rotineiras, estenose aórtica, arritmias, tireotoxicoses, hipoxemia, etc)
Classe B = Angina instável primária
Classe C = Angina pós - infarto do miocárdio (mais de 24h e menos de 2 semanas)
Intensidade do tratamento
Classe 1 = Sem tratamento ou com tratamento mínimo
Classe 2 = Terapia antianginosa usual
Classe 3 = Terapia máxima
Angina Variante Prinzmetal (de )
Padrão incomum de angina causada, possivelmente, pelo espasmo associado à obstrução de uma artéria coronária. Geralmente ocorre com a pessoa em repouso ou realizando esforços mínimos, normalmente tratada com nitratos.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da angina é dado por meio dos dados clínicos, somados à dosagem de enzimas cardíacas e ao eletrocardiograma. Em situações de maior risco, são efetuados testes como ecografia, cintilografia, angiotomografia das coronárias ou cinecoronariografia.
TRATAMENTO
Pacientes de baixo risco podem ser tratados ambulatorialmente, juntamente com a realização de outros exames para refinar a estratificação de risco. Pacientes de alto e médio risco podem ser encaminhados à UTI ou até mesmo uso de oxigenoterapia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Bogliolo, patologia. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
GROSSMAN, Sheila; PORTH, Carol M. Porth fisiopatologia. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
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