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Avaliação da perda de massa muscular durante doenças críticas

Avaliação da perda de massa muscular durante doenças críticas
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fev. 23 - 2 min de leitura
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O paciente crítico está associado à alta morbidade e mortalidade devido à alteração na homeostase, disfunção de órgãos e necessidade de técnicas de suporte artificiais. A disfunção dos órgãos, sepse, ventilação mecânica prolongada e imobilidade são fatores de risco para perda muscular, levando à fraqueza adquirida na unidade de terapia intensiva (ICUAW – intensive care unit acquired weakness). ICUAW é o termo utilizado para descrever os transtornos neuromusculares que se desenvolvem no paciente crítico, sendo suas principais características a resposta inflamatória, disfunção bioenergética, alteração no balanço proteico, degeneração do axônio neural, alterações histológicas musculares e perda de massa muscular.

Durante a doença crítica, fatores como imobilização e alterações em respostas neuroendócrinas causam perda muscular ao acarretar balanço negativo de proteína. A disfunção muscular é causada por múltiplos fatores, incluindo alterações microcirculatórias reduzindo o suprimento de oxigênio, redução da produção de ATP e interrupções de canais iônicos de membrana. Essas condições, somadas à imobilização e má nutrição do paciente torna a perda muscular um fenótipo dominante em pacientes criticamente doentes.

No estudo de análise sistemática intitulado “The rate and assessment of muscle wasting during critical illness: a systematic review and meta-analysis”, foram incluídos 3251 pacientes criticamente doentes de 53 estudos. Dentre os principais resultados, foi constatado que durante a primeira semana da doença crítica pacientes perdem 2% de massa muscular por dia, sendo que a perda muscular está diretamente ligada ao tempo de permanência na UTI, além de que metade dos pacientes críticos desenvolveram ICUAW segundo os estudos analisados. Os pacientes que apresentam disfunção e falência múltipla de órgãos perdem mais massa muscular do que outros pacientes. 

Não existe um consenso sobre como quantificar a perda de massa muscular nos pacientes críticos, porém a utilização de ultrassom foi a técnica mais utilizada nesses estudos, provavelmente por que os dispositivos são portáveis e podem ser levados até o paciente. Foi notado que o exame eletrofisiológico resulta em uma detecção de mais indivíduos com ICUAW.

Referência:

Fazzini, B., Märkl, T., Costas, C. et al. The rate and assessment of muscle wasting during critical illness: a systematic review and meta-analysis. Crit Care 27, 2 (2023). https://doi.org/10.1186/s13054-022-04253-0

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