Uma descoberta significativa na luta contra a leucemia em crianças foi publicada na revista Nature em 14 de agosto de 2024, destacando avanços promissores no tratamento da leucemia linfoblástica aguda de células T (LLA-T), um tipo agressivo de câncer que afeta principalmente o público infantil. O estudo identificou 15 subtipos distintos de LLA-T, cada um associado a diferentes prognósticos e respostas ao tratamento.
A LLA-T ocorre quando uma célula-tronco mutante na medula óssea produz em massa células T anormais. Apesar dos avanços no tratamento com quimioterapia, cerca de 15% a 20% das crianças e adolescentes enfrentam recaídas ou não respondem ao tratamento padrão. O estudo em questão analisou a sequência de DNA completa de células tumorais e saudáveis de mais de 1.300 pacientes, revelando padrões complexos de alterações genéticas e de expressão gênica.
Os subtipos identificados no estudo variam significativamente em termos de alterações genéticas e padrões de expressão gênica. Essas descobertas permitem uma classificação dos pacientes em diferentes níveis de risco (muito alto, alto, baixo e muito baixo), possibilitando tratamentos mais personalizados. Isso inclui a recomendação de quimioterapia mais intensa ou terapias imunológicas novas para casos de alto risco e tratamentos menos agressivos para aqueles em menor risco.
Interessantemente, quase 60% das mudanças genéticas associadas à LLA-T ocorrem em regiões do DNA que não produzem proteínas, mas que têm um papel crucial na regulação da atividade gênica. Essas alterações frequentemente resultam na ativação inadequada de genes, contribuindo para o desenvolvimento do câncer.
A pesquisa também sublinha a importância da realização de sequenciamento genômico completo, uma prática ainda não generalizada devido ao seu alto custo. No entanto, estudos como este reforçam a necessidade de adotar essa abordagem mais abrangente, que poderia se tornar mais comum no futuro.
Embora os resultados sejam promissores, os pesquisadores apontam que, devido às variações no background genético das populações, é crucial que as descobertas sejam validadas em uma gama diversa de grupos populacionais. O estudo contou com participantes dos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Suíça e Nova Zelândia.
Este estudo abre novas portas para tratamentos mais eficazes e personalizados contra a LLA-T pediátrica, mas também oferece esperança para muitas famílias enfrentando este desafio. A precisão no tratamento baseada em perfis genéticos detalhados é um passo importante para aumentar as taxas de cura e melhorar a qualidade de vida dos jovens pacientes.
👉🏻 Para mais detalhes sobre este estudo, acesse aqui a pesquisa na íntegra!
Referência:
Guglielmi, G. (2024, August 14). How a trove of cancer genomes could improve kids’ leukaemia treatment. Nature. https://www.nature.com/articles/d41586-024-02613-0