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CFM responde à VEJA sobre entrevista do Diretor do Hospital Albert Einstein

CFM responde à VEJA sobre entrevista do Diretor do Hospital Albert Einstein
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jun. 19 - 3 min de leitura
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A classe médica começou a semana de 14 de junho de 2015 estarrecida com algumas opiniões levantadas pelo diretor de um dos hospitais mais notórios do País. Claudio Lottemberg apresentou uma visão pessoal e superficial dos efeitos do programa mais médicos, desprezo pelos pares em geral e conivência com a incapacidade do Estado em gerir adequadamente a saúde. Assim como muitos notórios médicos brasileiros, o CFM respondeu à revista sobre a entrevista.

CARTA AO LEITOR – Revista Veja 

Fonte: Conselho Federal de Medicina

Há afirmações na entrevista do Dr Claudio Lottemberg (Páginas Amarelas, 17/06/15) que merecem esclarecimento. Em primeiro lugar, ele elogia o programa Mais Médicos, atribuindo-lhe uma amplitude que, ao contrário do que sugere, não engradece, mas coloca em risco o futuro da medicina brasileira.

Medidas previstas na Lei do Mais Médicos afetam o ensino médico, estimulando a proliferação de cursos de graduação e de Residência Médica sem infraestrutura e com corpo docente deficitário e de baixa qualidade. Com isso, o País verá alunos mal preparados se tornarem médicos e educadores com pouca formação e limitações inaceitáveis no exercício de suas especialidades.

Também é improcedente chamar a classe médica do País de acomodada. Lembramos ao Dr Lottemberg que este sentimento inexiste entre os médicos brasileiros, sendo a imensa maioria composta de profissionais ativos e comprometidos com os pacientes, atendendo em condições desfavoráveis na rede pública que em nada se assemelham a excelência do Hospital Albert Einstein, o qual ele dirige.

Inclusive, têm sido os médicos, por meio de suas lideranças, críticos contumazes dos gargalos da gestão da Saúde no País, evidenciando seu subfinanciamento, o sucateamento das unidades de saúde e a falta de respeito com os pacientes.

Finalmente, ao classificar o médico como “individualista”, o entrevistado exagera, generaliza e atinge os compromissos hipocráticos da categoria com a sociedade. Sua defesa da humanização da assistência erra o foco, esquecendo que o distanciamento entre médico e paciente decorre, sobretudo, do descaso da gestão, que não valoriza o profissional e, muitas vezes, recusa-lhe tempo e condições para cumprir seu papel com dignidade.

Vale sublinhar ainda que os médicos entendem ser importante resgatar o Sistema Único de Saúde (SUS) e acabar com os abusos cometidos pelos planos de saúde, essas, sim, posturas que permitirão ao médico e ao paciente, juntos, lutarem contra a doença e em favor da vida.

Conselho Federal de Medicina 


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