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Cilostazol na Doença Arterial Obstrutiva Periférica

Cilostazol na Doença Arterial Obstrutiva Periférica
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jul. 15 - 4 min de leitura
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A doença arterial periférica obstrutiva (DAOP) afeta 20% das pessoas com mais de 70 anos e 4% a 12% das pessoas entre 55 a 70 anos. Aproximadamente 40% das pessoas com DAOP queixam-se de dores nas pernas ou nádegas que ocorrem com os exercícios e cede com o repouso. Isso é conhecido como claudicação intermitente e esses sintomas são um indicador do desenvolvimento de artérias bloqueadas em outras partes do corpo. Pessoas com claudicação intermitente têm uma chance três a seis vezes maior de evoluir à óbito como resultado de eventos cardiovasculares em comparação com pessoas da mesma idade sem claudicação intermitente.

Pessoas com claudicação intermitente são tem como base de tratamento médico fatores que incluem a modificação dos fatores de risco, como parar de fumar e fazer exercícios estruturados. Outras modificações do risco cardiovascular incluem tratamento para pressão alta, diabetes e redução do colesterol. Na prática, a adesão ao melhor tratamento médico é insuficiente e a maioria das pessoas continua a apresentar sintomas de claudicação intermitente. Algumas terapias medicamentosas, como o cilostazol, são usadas para ajudar a melhorar os sintomas de claudicação intermitente e, portanto, necessitam de evidências sólidas para ver se o cilostazol melhora a distância de caminhada, a qualidade de vida e outros resultados importantes em comparação com o placebo (pílula simulada) ou outros medicamentos usados ​​para claudicação intermitente. Para isso, a Cochrane realizou uma revisão sistemática para avaliar os resultados dessa terapia.

Características do estudo e principais resultados

Para a elaboração dessa revisão sistemática foram incluídos 16 ensaios clínicos duplo-cegos, randomizados e controlados, com 3.972 adultos.

Os participantes que tomaram cilostazol por três a seis meses puderam andar aproximadamente 26 metros a mais antes de dores nas panturrilhas e 40 metros no total em comparação com os participantes que tomaram placebo.

No entanto, os participantes que tomaram cilostazol tiveram quase três vezes mais chances de sentir dor de cabeça relacionada à medicação. Atualmente, não há informações suficientes sobre a eficácia do cilostazol para eventos graves, como amputação, revascularização e eventos cardiovasculares. Apesar de sua importância, apenas quatro estudos relataram qualidade de vida, utilizando diferentes ferramentas e formas de relato.

Dados muito limitados não indicaram diferença entre cilostazol e pentoxifilina para melhorar a distância a pé, e não havia informações suficientes comparando cilostazol com pentoxifilina, para quaisquer outros resultados.

A duração do tratamento variou de seis a 26 semanas. Todos os participantes apresentavam claudicação intermitente secundária à DAP. A dose de cilostazol variou de 100 mg a 300 mg; A dose de pentoxifilina variou de 800 mg a 1200 mg. A certeza da evidência foi rebaixada em um nível para todos os estudos porque havia forte suspeita de viés de publicação. Outras razões para o rebaixamento foram imprecisão, inconsistência e relatórios seletivos.

Desta forma os autores concluíram que o cilostazol pode aumentar a distância percorrida no total e antes do início da dor, em comparação com o placebo. No entanto, o cilostazol foi associado ao aumento das dores de cabeça e não houve evidências de outros desfechos importantes, como amputação, revascularização e eventos cardiovasculares. 


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Referâncias

  1. Brown T, Forster RB, Cleanthis M, Mikhailidis DP, Stansby G, Stewart M. Cilostazol for intermittent claudication. Cochrane Database of Systematic Reviews 2021, Issue 6. Art. No.: CD003748. DOI: 10.1002/14651858.CD003748.pub5.

Conteúdo elaborado por Diego Arthur Castro Cabral


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