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Como fomentar uma visão humanitária no estudante de medicina?

Como fomentar uma visão humanitária no estudante de medicina?
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nov. 25 - 4 min de leitura
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Como fomentar uma visão humanitária no estudante de medicina?

O médico que um estudante de medicina se tornará será fortemente influenciado pela soma de suas experiências, sejam prévias ou durante o curso. A disciplina que inicia o viés prático, geralmente, é a semiologia com as anamneses, que irá se seguir com a clínica médica e por fim o internato. Uma trajetória já comprovadamente válida no aspecto clínico. Pois, em geral, os médicos que a tiveram na sua formação se tornaram capazes de exercer a teoria.

Contudo, o debate atual sobre a postura questionável de uma pequena parcela desses profissionais que é generalizada aos demais traz a tona a discussão das responsabilidades por tais atos e se há alguma deficiência nas suas formações. O cenário precário da saúde, as remunerações incompatíveis dos planos de saúde e do próprio SUS e a falta de estabilidade em cargos públicos são justificativas plausíveis para um desvio do comportamento ético? Seria possível ainda na academia prover uma base moral mais sólida que reduzisse os riscos para tais condutas?

Não venho de forma alguma através deste embasar a generalização estúpida em que uma parte da população faz ao transpor esses erros para toda a categoria. Até porque, pelo pouco que já vivi nesse meio, pude conhecer profissionais que fazem da sua rotina buscar o melhor aos seus pacientes e alunos. Muito distante de diversas profissões em o objetivo final é meramente a remuneração mensal. O objetivo na verdade deste texto é buscar uma reflexão do porque que indivíduos que entraram em curso que visa o cuidado a outro indivíduo (estendendo a todos os cursos de saúde), se permitem cometer atos que prejudicam tanto os pacientes que jurou cuidar, assim como os colegas que jurou respeitar. É tão difícil enxergar que as consequências são vidas ou no mínimo a qualidade destas?

Por vezes já me peguei perguntando qual seria a melhor forma de fomentar esse pensamento ético e humanitário ainda quando estudantes de saúde. Atualmente, vivencio algumas estratégias no meu curso que percebo ter certo grau de sucesso, mas que ainda precisam ser aprimoradas e expandidas. A principal estratégia é um componente curricular, o PIASC (Programa de Integração Academia Serviço e Comunidade). Esta disciplina possui os objetivos primários de inserir o estudante na realidade da saúde pública, discutir a estruturação da mesma e integrar os futuros profissionais envolvidos nesses debates e ações.

A prática pode ainda não ser tão bela quanto a teoria, mas o choque de realidade que a maioria desses estudantes enfrentam, através da vivência com pessoas que vivem do mínimo é suficiente para que eles enxerguem seus futuros pacientes com outro olhar. Um olhar mais humano e abrangente, carregado de empatia, em que eu acredito dificultar futuros desvios comportamentais na sua prática médica. Além de aprimorar

Então se você tiver um pouco de curiosidade sobre tal componente curricular da Universidade Estadual da Bahia, iremos produzir um material completo sobre ele que ficará pronto em março do próximo ano, quando terminará as gravações. Porém é possível ter uma pequena introdução com esse vídeo em que filmamos durante a prática do PIASC IV na cidade de Canudos-BA. Previamente, peço desculpas, pela qualidade do som e da imagem, mas foi tudo no improviso.

#MR VLOG - CONHEÇA O PIASC

Além disso, já tive o prazer de colegas de outras regiões compartilharem componentes semelhantes após ver o vídeo, então se esse for seu caso, por favor, conte-me mais nos comentários. Por fim, desejo uma ótima semana a todos e até o próximo vídeo no Medicina Resumida!


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