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COVID-19: Síndromes clínicas associadas à infecção por SARS-Cov-2

COVID-19: Síndromes clínicas associadas à infecção por SARS-Cov-2
Fernando Antônio Ramos Schramm Neto
mar. 26 - 4 min de leitura
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Com o objetivo de orientar os profissionais da saúde sobre os protocolos de manejo clínico em pacientes com Covid-19, o Ministério da Saúde divulgou em fevereiro o documento Protocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus (2019-nCov). Abaixo, compartilho com vocês as informações que constam nesse documento relativas às síndromes clínicas que estão associadas à infecção.

Para ler o documento na integra, clique aqui.

 

Doença não complicada

Quadro compatível com infecção de vias aéreas superiores, sem sinais de desidratação, dispneia, sepse ou disfunção de órgãos. Os sinais e sintomas mais comuns são: febre, tosse, dificuldade para respirar, dor na garganta, congestão nasal, cefaleia, mal-estar e mialgia. Imunossuprimidos, idosos e crianças podem apresentar quadro atípico. Esses pacientes não apresentam sinais de desidratação, febre ou dificuldade para respirar.

Pneumonia sem complicações 

Infecção do trato respiratório inferior sem sinais de gravidade. Criança sem pneumonia grave tem tosse ou dificuldade para respirar + respiração rápida: < 2meses: ≥ 60 irpm; 2 a 11 meses: ≥ 50 irpm; 1 a 5 anos: ≥ 40 irpm.

Pneumonia grave 

Adolescente ou adulto: infecção do trato respiratório inferior com algum dos seguintes sinais de gravidade: frequência respiratória > 30 incursões por minuto; dispneia; SpO2 < 90% em ar ambiente; cianose; disfunção orgânica. Crianças com tosse ou dificuldade de respirar ainda podem ter como critérios de gravidade: uso de musculatura acessória para respiração; incapacidade ou recusa de se amamentar ou ingerir líquidos; sibilância ou estridor em repouso; vômitos incoercíveis; alteração do sensório (irritabilidade ou sonolência); convulsões. A frequência respiratória que denota gravidade em infantes dependerá da idade, a saber: < 2meses: ≥ 60irpm; 2 a 11 meses: ≥ 50 irpm; 1 a 5 anos: ≥ 40 irpm. O diagnóstico é clínico. Imagens torácicas podem excluir complicações.

Síndrome da Angústia Respiratória Aguda 

Início ou agravamento dos sintomas respiratórios, até 1 semana do aparecimento da doença. Pode ainda apresentar: alterações radiológicas (opacidades bilaterais, atelectasia lobar/pulmonar ou nódulos); edema pulmonar não explicado por insuficiência cardíaca ou hiper-hidratação; relação PaO2/FiO2 ≤ 300 mmHg – leve (entre 200-300 mmHg), moderada (entre 100-200 mmHg) e grave (abaixo de 100 mmHg).

Sepse 

Síndrome da resposta inflamatória sistêmica com disfunção orgânica na presença de infecção presumida ou confirmada. São sinais frequentes de disfunção orgânica: alteração do nível de consciência, oligúria, taqui e/ou dispneia, baixa saturação de oxigênio, taquicardia, pulso débil, extremidades frias, coagulopatia, trombocitopenia, acidose, elevação do lactato sérico ou da bilirrubina.

Choque Séptico  

Sepse acompanhada de hipotensão [pressão arterial média (PAM) < 65 mmHg] a despeito de ressuscitação volêmica adequada.

 

Observação
Pacientes com pneumonia sem complicações ou pneumonia grave hospitalização imediata após medidas iniciais de isolamento e avaliação clínica, de acordo com a evolução respiratória e/ou hemodinâmica (primeiras 4 horas) após oxigenioterapia e hidratação. Avaliar necessidade de terapia intensiva (vide condições descritas no protocolo de influenza, disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_tratamento_influenza_2017.pdf

Pacientes com doença não complicada – hospitalização preferencialmente em leito de isolamento. Pacientes com comorbidades ou pertencentes a grupo de risco (vide influenza grupo) devem permanecer hospitalizados com avaliação clínica por pelo menos 24 horas para posterior encaminhamento domiciliar caso seja este o fluxo hospitalar de atendimento adotado.

 

Fonte

WORLD HEALTH ORGANIZATION. jan.2020
Informações retiradas do Protocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus (2019-nCov), organizado pelo Ministério da Saúde.

 

Leia também:

** O nome 2019-nCoV foi atualizado para Covid-19. Mantivemos neste texto a forma original como está publicado no documento do Ministério da Saúde.

 


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