Um estudo da Universidade da Colúmbia Britânica, publicado na revista Cell Metabolism em 02 de julho de 2024, está reformulando o entendimento sobre a resposta insulinêmica do corpo humano aos macronutrientes, com importantes implicações para a nutrição personalizada. Tradicionalmente, a gestão dos níveis de açúcar no sangue foca no controle de carboidratos, mas os resultados deste estudo evidenciam que proteínas e gorduras podem desempenhar papéis igualmente críticos em algumas pessoas.
Este estudo é a primeira comparação em larga escala que analisa como diferentes indivíduos produzem insulina em resposta aos três principais macronutrientes: carboidratos (glicose), proteínas (aminoácidos) e gorduras (ácidos graxos). Surpreendentemente, os resultados mostraram uma grande variabilidade individual na resposta insulinêmica, destacando que a produção do hormônio regulador do açúcar no sangue é muito mais dinâmica do que se pensava anteriormente.
Principais descobertas do estudo:
Resposta Variável: Enquanto a maioria das células isoladas dos doadores respondiam mais fortemente aos carboidratos, cerca de 9% apresentaram uma resposta acentuada às proteínas e 8% mostraram uma maior resposta às gorduras, superando até mesmo a resposta à glicose.
Implicações para Dietas Personalizadas: O Dr. James Johnson, autor sênior do estudo e professor de ciências celulares e fisiológicas na UBC, explicou que essas descobertas podem transformar a forma como tratamos e gerenciamos condições como diabetes, obesidade e até certos tipos de câncer, por meio de orientações dietéticas personalizadas.
Surpresas em Diabéticos Tipo 2: Nos testes com células de doadores que tinham diabetes tipo 2, os pesquisadores observaram que a resposta à insulina para a glicose era baixa, conforme esperado. No entanto, a resposta à proteína permanecia largamente intacta, sugerindo que dietas ricas em proteínas podem ter benefícios terapêuticos para esses pacientes.
Implicações Futuras:
A equipe de pesquisa, liderada pelo Dr. Johnson e pela Dra. Jelena Kolic, também realizou uma análise abrangente de proteínas e expressão gênica nas células isoladas do pâncreas. Eles acreditam que, futuramente, testes genéticos poderiam determinar quais macronutrientes são mais propensos a desencadear a resposta insulinêmica em indivíduos.
O próximo passo será expandir essas descobertas para estudos clínicos que testem a resposta à insulina aos três macronutrientes em um cenário do mundo real e começar a desenvolver abordagens de nutrição personalizada com base nesses resultados.
Este estudo desafia a crença de longa data de que as gorduras têm efeitos negligenciáveis sobre a liberação de insulina, abrindo caminho para orientações dietéticas mais eficazes e personalizadas, consequentemente ajudando as pessoas a gerenciar melhor seus níveis de açúcar e insulina no sangue.
Com a nutrição personalizada emergindo como um campo promissor, os resultados desta pesquisa são um passo significativo em direção a uma abordagem mais precisa e individualizada no tratamento de distúrbios metabólicos.
Para mais detalhes sobre os resultados deste estudo, disponibilizamos aqui o link de acesso ao estudo na íntegra!
Referência:
Medical Xpress. (2024, July 2). Research shows how insulin-triggering nutrients vary from person to person, with implications for personalized nutrition. Medical Xpress. https://medicalxpress.com/news/2024-07-insulin-triggering-nutrients-vary-person.html