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EG.5: variante da COVID-19 e as recomendações da SBI

EG.5: variante da COVID-19 e as recomendações da SBI
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ago. 18 - 6 min de leitura
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Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu uma avaliação de risco relativa à emergente variante EG.5 do SARS-CoV-2.

Esta variante, identificada pela primeira vez em 17 de fevereiro de 2023, foi originalmente classificada como uma variante sob monitorização (VUM). No entanto, considerando as recentes evidências e avaliações, a OMS reclassificou a EG.5 e suas sublinhagens como variante de interesse (VOI).

A variante EG.5 é um descendente da linhagem XBB.1.9.2, mas apresenta uma mutação adicional F456L no seu spike proteico. Além disso, dentro desta linhagem, o subvariante EG.5.1 carrega ainda uma mutação adicional Q52H. Notavelmente, 88% das sequências disponíveis da EG.5 apresentam esta segunda mutação.

Dados globais, coletados até 7 de agosto de 2023, mostram que a prevalência da EG.5 tem aumentado de forma constante. De fato, a prevalência global da variante cresceu de 7,6% para 17,4% em apenas quatro semanas. Mais de 7.000 sequências da EG.5 foram submetidas à Iniciativa Global para o Compartilhamento de Todos os Dados sobre Influenza (GISAID), oriundas de 51 países. A maior concentração destas sequências vem da China, seguida de países como Estados Unidos, República da Coreia e Japão.

Apesar do rápido crescimento desta variante, a avaliação atual da OMS sugere que o risco à saúde pública global é considerado baixo. A EG.5 mostrou propriedades de vantagem de crescimento e capacidade de escapar da imunidade, mas até o momento, não houve relatos de mudanças na gravidade da doença causada por ela. Embora tenha havido um aumento simultâneo na proporção de casos da EG.5 e hospitalizações por COVID-19 em alguns países, nenhuma associação foi confirmada entre esses aumentos e a variante.

Dado o potencial da variante EG.5 de se disseminar rapidamente em determinados países ou até globalmente, a OMS e seu Grupo Consultivo Técnico sobre a Evolução do SARS-CoV-2 têm recomendações claras. Eles aconselham as autoridades nacionais a compartilhar informações sobre a capacidade dessa variante de se espalhar em comparação com outras, a realizar testes para entender como o sistema imunológico responde a ela e a monitorar se há mudanças na severidade da doença associada a essa variante.

Paralelamente, a OMS e o seu Grupo Consultivo Técnico sobre a Composição da Vacina COVID-19 continuam a avaliar o impacto das variantes no desempenho das vacinas. Esse acompanhamento é essencial para informar decisões sobre possíveis atualizações na composição das vacinas.

Em conclusão, a ascensão da variante EG.5 enfatiza a necessidade contínua de vigilância, pesquisa e adaptação à evolução do vírus SARS-CoV-2. Conforme novas evidências surgem, é essencial que a sociedade esteja bem informada para responder adequadamente às mudanças na dinâmica da pandemia.


AVALIAÇÃO GERAL DO RISCO: Baixo 

Dadas as suas propriedades genéticas, mecanismos de escape imunológico e projeções de disseminação, a variante EG.5 apresenta potencial para se propagar globalmente, possivelmente resultando em um incremento de casos. Em várias nações com crescente prevalência desta variante, há um notável aumento de casos e hospitalizações. No entanto, até agora, não se identificaram provas que associem a EG.5 a uma elevação na gravidade da doença. (Word Health Organization)


Segundo um comunicado da Sociedade Brasileira de Infectologia, o cenário atual de casos de COVID-19 no Brasil não demonstrou alterações significativas, e não se observou um aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Portanto, as diretrizes existentes continuam válidas. É crucial, no entanto, permanecer vigilante diante da possibilidade de uma nova onda de infecções nas semanas vindouras, embora a expectativa seja de um baixo número de casos graves, baseando-se no comportamento epidemiológico em locais onde a variante já está presente.

🚩 RECOMENDAÇÕES -  A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI)

As recomendações seguem visando reduzir os potenciais impactos decorrentes da circulação da variante EG.5 e outras sublinhagens do SARS-CoV-2 no Brasil. Diante do cenário epidemiológico atual e da necessidade de manter a população informada e segura, a entidade destaca as seguintes orientações:

  1. Calendário Vacinal: A SBI enfatiza a importância de manter o calendário vacinal contra a covid-19 em dia, seguindo as doses de reforço indicadas.

    ✔ Recomendação: Todos a partir de 6 meses recebam ao menos três doses de vacina. Grupos de risco, que englobam pessoas acima de 60 anos, imunossuprimidos, gestantes, população indígena e profissionais da saúde, devem tomar doses de reforço com intervalos de no máximo um ano entre elas. De preferência, deve-se optar pela vacina bivalente. Vale salientar que as vacinas continuam eficazes na prevenção contra casos graves e mortes por todas as variantes atualmente em circulação, incluindo a EG.5.

  2. Uso de Máscaras: Para pessoas pertencentes aos grupos de risco, a utilização de máscaras é aconselhada em ambientes fechados, mal ventilados ou com aglomerações. Essa recomendação é especialmente relevante se houver um aumento futuro nos casos de síndromes gripais e detecção viral no país.

  3. Testagem e Isolamento: Sugere-se que todos os casos de síndrome gripal sejam testados a fim de identificar e isolar rapidamente os casos positivos de covid-19, diminuindo assim a transmissão do vírus.

  4. Tratamento Precoce: No sistema público de saúde (SUS), a SBI recomenda que, dentro dos cinco primeiros dias do aparecimento de sintomas, os pacientes com 65 anos ou mais e imunossuprimidos iniciem o tratamento com Nirmatrelvir/ritonavir (NMV/r) se testarem positivo para covid-19.

    O objetivo é minimizar o risco de complicações e óbito. Contudo, é essencial uma avaliação médica detalhada, considerando possíveis interações medicamentosas e contraindicações.

    Na rede privada, e nos casos em que o uso de NMV/r não seja possível, considera-se como alternativa o uso de Molnupiravir ou Rendesevir nos primeiros dias de sintomas, focando especialmente na população mais vulnerável.

Estas medidas refletem o compromisso da Sociedade Brasileira de Infectologia em garantir uma resposta adequada à evolução da pandemia no país, sempre priorizando a saúde e bem-estar da população brasileira. 🚩



Referências: 





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