No mês de agosto, participei como relator do IX Fórum de Ensino Médico do Conselho Federal de Medicina e fui positivamente surpreendido pelo que vi. A tônica da discussão foi a necessidade de aceitar a gestão, a liderança e o empreendedorismo também na formação do docente, que não pode mais ter o seu destino nas instituições de ensino superior lastreado apenas pela produção acadêmica.
Sob a liderança do Conselho Federal de Medicina, nesse 9º Fórum também pudemos observar o reconhecimento da instituição como produtora e facilitadora de discussões que culminam em conhecimento para o futuro do ensino médico. Foi muito interessante encontrar, entre uma plateia de docentes e diretores de cursos de medicina, o clamor pela expansão desse papel de facilitador do diálogo pelo Conselho Federal de Medicina frente ao ensino médico no país.
Neste ano a atenção do evento voltou-se para para o docente, buscando entender o papel do professor em prol do seu próprio desenvolvimento e da instituição de ensino superior no provimento de condições que valorizem o desenvolvimento e a carreira acadêmica.
De forma muito inteligênte foram colocados quatro conferências dentro do eixo "Docente", que pautaram os subsequentes grupos de trabalho que proporcionaram a discussão e documentação do que seria discutidos pelos professores envolvidos. Os temas foram:
- Competências para a Docência - Professora Eliana Cláudia Ribeiro - UFRJ
- Avaliação para a Docência - Professor Nildo Alves Batista - Unifesp
- Gestão Acadêmica e Programas de Desenvolvimento Docente - Ana Lúcia Escobar - Professora UFRO
- Mérito Acadêmico - José Sebastião dos Santos - USP Ribeirão Preto
As palestras que pautaram a discussão subsequente podem ser visualizadas no vídeo a seguir:
As palestras ocorrem nos minutos 1:20:00 ; 2:11:30; 2:47:32 e 2:25:10.
Um outro ponto que acredito que mereça debate é o consenso sobre as "noites da sabedoria" envolvidas na carreira médica docente. Em praticamente todas as exposições e grupos de trabalho foi apresentada a situação de que o médico passa durante a sua carreira como docente por dias em que, de repente, ele ganha um novo cargo, sem ter se preparado adequadamente para isso.
De repente ele vira professor e de repente ele vira gestor. Isso acontece pela falta de tradição em formar esse profissional para uma carreira acadêmica.
Frente ao que vi durante esse fórum, gostaria de ter presenciado um maior envolvimento das escolas médicas de nosso país frente a um tema tão importante. Somos quase 350 escolas de medicina e não é exagero afirmar que menos de 20% estavam presentes para discutir o futuro da formação médica.
Ademais, parabenizo o Conselho Federal de Medicina e as instituições presentes por terem realizado um evento muito importante, que culminará na melhor formação do docente e, consequentemente, do discente que entrará em breve no mercado de trabalho e terá a responsabilidade sobre as vidas que tocará diariamente.
Por favor, comente logo abaixo e contribua para essa importante discussão!
As apresentações podem ser acessadas nos links a seguir:
- Eliana Cláudia Ribeiro - Competências para a Docência
- Nildo Alves Batista - Avaliação para a Docência
- Ana Lúcia Escobar - Gestão Acadêmia e Programas de Desenvolvimento Docente
- José Sebastião Santos - Mérito Acadêmico
- Jesualdo Pereira Farias - Docente de Hoje e a Visão do Futuro
- Milton Arruda Martins - Saeme
- Relatório Grupo de Trabalho Avaliação para a Docência
- Relatório Grupo de Trabaho Gestão Acadêmica e Programas de Desenvolvimento Docente
- Relatório Grupo de Trabalho Mérito Acadêmico
Como falado anteriormente, tive a oportunidade de participar da relatoria coordenada pela Dra. Rosana Alves (EMESCAM), em conjunto com o Prof Dr. Henrique Luís do Carmo e Sá (UNIFOR). O relatório oficial deve ficar pronto e publicado para o próximo COBEM - Congresso Brasileiro de Educação Médica, que acontece em Vitória (ES), em Novembro. Já se inscreveu? Se não, clique aqui para saber mais sobre o 56º COBEM.