Um estudo publicado no JAMA Network Open fornece uma análise sobre como um programa de exercícios multicomponentes combinado com educação em saúde pode afetar a incapacidade associada à hospitalização em idosos. Este estudo é particularmente relevante para unidades de cuidados agudos para idosos (ACE), onde o foco está em promover a independência funcional através de uma equipe multidisciplinar.
⚕️Detalhes e Contexto do Estudo
A incapacidade associada à hospitalização é uma preocupação significativa, afetando entre 30% e 50% dos pacientes idosos hospitalizados, com impactos graves como maior risco de reinternações, institucionalização e mortalidade. A pesquisa explorou se a intervenção durante a hospitalização, especificamente em unidades de cuidados agudos , poderia mitigar esses riscos.
🟦 A tabela a seguir, detalha as características dos participantes no início do estudo, bem como a duração da hospitalização por grupo:
Fonte: Rodriguez-Lopez C, Mayordomo-Cava J, Zarralanga-Lasobras T, et al., 2024
⚕️Metodologia e Intervenção
O estudo avaliou os efeitos de um programa de exercícios que inclui tarefas de fortalecimento muscular, exercícios aeróbicos e treinamento de mobilidade e equilíbrio. A intervenção foi complementada por sessões educativas para promover a aderência dos pacientes aos exercícios após a alta. Importante destacar, o design do programa permitiu sua execução ao lado do leito do paciente e em casa, sem a necessidade de equipamentos de força.
⚕️Avaliação dos Resultados
Os resultados foram mensurados usando o Índice de Katz e o Índice de Barthel. A intervenção não mostrou uma associação significativa com a redução da incapacidade associada à hospitalização, quando avaliada pelo Índice de Katz. No entanto, uma associação positiva foi observada com o Índice de Barthel, indicando uma redução na incidência de incapacidade associada à hospitalização na alta e no acompanhamento de três meses.
🟦 A tabela a seguir apresenta a relação entre a intervenção e desfechos clínicos, incluindo incapacidade associada à hospitalização, declínio na capacidade ambulatória, quedas, reinternações e mortalidade:
Fonte: Rodriguez-Lopez C, Mayordomo-Cava J, Zarralanga-Lasobras T, et al., 2024
⚕️Desempenho Físico e Capacidade Ambulatória
O estudo também destacou uma melhora no desempenho físico e capacidade ambulatória, como avaliado pelo Teste Alusti, no grupo que recebeu a intervenção em comparação com o grupo de controle. Estes resultados são apoiados por evidências meta-analíticas que corroboram os benefícios dos programas de exercícios estruturados para a independência nas atividades da vida diária e o desempenho físico em pacientes idosos hospitalizados.
Na tabela a seguir, é possível observar como a intervenção influenciou o desempenho físico dos pacientes após a hospitalização, destacando os impactos observados em diferentes métricas de avaliação:
Fonte: Rodriguez-Lopez C, Mayordomo-Cava J, Zarralanga-Lasobras T, et al., 2024
⚕️Implicações Futuras
Os autores sugerem que estudos futuros devem investigar as barreiras e facilitadores para a adesão ao exercício durante e após a hospitalização. Estes achados são fundamentais para desenvolver estratégias mais eficazes para a implementação de programas de exercícios em hospitais e para educar os pacientes sobre os benefícios do exercício contínuo após a alta.
Referência:
Rodriguez-Lopez C, Mayordomo-Cava J, Zarralanga-Lasobras T, et al. Exercise Intervention and Hospital-Associated Disability: A Nonrandomized Controlled Clinical Trial. JAMA Netw Open. 2024;7(2):e2355103. doi:10.1001/jamanetworkopen.2023.55103