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Feocromocitoma

Feocromocitoma
Guilherme Mohr Battistella
jul. 7 - 3 min de leitura
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Conceito

Trata-se de um tumor localizado na medula da glândula adrenal, que surge especificamente nas células cromafins, responsáveis por secretar catecolaminas como: dopamina, adrenalina (epinefrina) e noradrenalina (norepinefrina) principalmente.

Alguns pacientes também podem apresentar paragangliomas, que são tumores presentes nos gânglios simpáticos. Como as manifestações clínicas e o tratamento de ambos os tumores são semelhantes, muitos médicos usam o termo "feocromocitoma" para se referir a ambos os tumores.

Fisiopatologia e ações no organismo

Esses hormônios agem principalmente nos receptores da musculatura lisa dos vasos e do miocárdio.

Musculatura lisa dos vasos:

Nos receptores alfa-1 os hormônios (noradrenalina e adrenalina) aumentam a resistência periférica, levando a vasoconstrição e grande aumento da pressão diastólica. Esses receptores estão presentes na pele, rins, mucosas, tecido conectivo e esplâncnico e músculo esquelético.

Já nos receptores beta-2 os hormônios (dopamina e adrenalina) são responsáveis pela vasodilatação, reduzindo a resistência vascular periférica e diminuindo a pressão diastólica. Receptores presentes no músculo esquelético

Miocárdio

No miocárdio temos o receptor beta-1 sendo estimulado pela noradrenalina e adrenalina, resultando no aumento do débito cardíaco e na pressão sistólica.

Com isso podemos concluir que o paciente com feocromocitoma em geral pode apresentar uma pressão diastólica alta, baixa ou até mesmo normal e uma pressão sistólica alta.

Quadro Clínico

Esses tumores não ficam o tempo todo realizando a produção das catecolaminas. Eles tem picos de produção seguidos de uma parada.

Diante disso, o paciente pode apresentar paroxismo, uma das principais características associadas a essa patologia.

O paroxismo está associado a grande concentração de catecolaminas na circulação e resulta em:

  • Ansiedade e tremores
  • Cefaleia
  • Dor torácica
  • Hipertensão
  • Náuseas e vômitos: por conta do estímulo de receptores alfa do intestino, diminuindo sua irrigação.
  • Palidez
  • Palpitação
  • Sudorese

Existe também a possibilidade de ocorrer uma hipotensão postural, e isso pode ter duas explicações:

  1. Devido ao forte estímulo das catecolaminas, temos um Feedback fisiológico dos receptores, ou seja, o próprio organismo reduz a quantidade de receptores disponíveis. Juntamente com a queda da secreção de catecolaminas (devido a sua secreção ocorrer em picos) o paciente pode sofrer essa hipotensão ao se levantar por exemplo. Esse processo é resultado dessas duas ocorrências, já que, as catecolaminas poderão ser liberadas em altas quantidades, mas não terão receptores suficientes para que haja ligação.
  2. Outra explicação pode ser feita com base nos feocromocitomas produtores de dopamina. A vasodilatação mediada por essa catecolamina pode levar à hipotensão postural.

Finalizando, gostaria de falar sobre os 3 principais sintomas que se destacam e formam a tríade do feocromocitoma (com uma sensibilidade de 89% e especificidade de 67%). São eles:

  • Sudorese
  • Cefaleia
  • Palpitações

Referências

VILLAR, Lucio. Endocrinologia clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.

PEREIRA, Maria Adelaide A. et al. Pheochromocytoma. Arquivos brasileiros de endocrinologia e metabologia, [s. l.], v. 48, n. 5, p. 751–775, 2004. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s0004-27302004000500022. Acesso em: 6 jul. 2021.

GROSSMAN, Ashley B. Feocromocitoma - Distúrbios endócrinos e metabólicos - Manuais MSD edição para profissionais. [S. l.], [s. d.]. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/distúrbios-endócrinos-e-metabólicos/distúrbios-adrenais/feocromocitoma. Acesso em: 6 jul. 2021.


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