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Hepatite misteriosa em crianças: infecção por COVID-19 pode ser uma das causas, dizem cientistas

Hepatite misteriosa em crianças: infecção por COVID-19 pode ser uma das causas, dizem cientistas
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mai. 17 - 2 min de leitura
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A infecção prévia causada pela COVID-19 pode estar associada a hepatite aguda grave em crianças, também conhecida como hepatite misteriosa. A hipótese é que a doença é uma das sequelas da COVID longa em crianças. Essa relação é sugerida por um artigo publicado no dia 13 de maio pela revista The Lancet Gastroenterology & Hepatology.

Escrito por Petter Brodin,  pesquisador do departamento de imunologia do Imperial College de Londres, no Reino Unido em parceria com Moshe Ardit, cientista atualmente no departamento de pediatria e no setor de doenças infecciosas e imunologia do Centro Médico Cedars Sinai, nos EUA, o trabalho destaca que o SARS-CoV-2 foi identificado em 18% dos diagnósticos de hepatite aguda infantil, no Reino Unido e em 11% dos 97 casos de crianças da Inglaterra que testaram positivo para o coronavírus. Também foi observado que na maioria das infecções registradas em Israel, os pacientes tiveram COVID-19 nos últimos três meses.

Saiba mais: Hepatite misteriosa: Ministério da Saúde cria grupo de monitoramento

Os cientistas também ressaltaram que a persistência viral de SARS-CoV-2 no trato gastrointestinal pode levar à liberação repetida de proteínas virais através do epitélio intestinal, dando origem à ativação imunológica que, repetidamente, pode mediar superantígenos dentro da proteína spike do coronavírus que se assemelha à enterotoxina estafilocócica B,6 desencadeando uma ativação ampla e não específica das células T. Consequentemente, isso é uma causa da síndrome multissistêmica em crianças.

Deste modo, os pesquisadores acreditam que a COVID-19 pode ter efeitos prolongados no corpo humano e que o vírus  encontra um ambiente favorável no intestino para o desenvolvimento de infecções pós-Covid. Vale ressaltar que a hepatite aguda foi relatada em crianças com síndrome multissistêmica em crianças, mas a co-infecção de outros vírus pesquisada.

Por fim, a conclusão do artigo sugere que é importante  examinar as crianças que apresentam um quadro de hepatite aguda que a persistência do coronavírus em seus organismos deve ser investigada a fundo. Na prática, esta ação pode fornecer evidências de um mecanismo de superantígeno SARS-CoV-2 em um hospedeiro sensibilizado por adenovírus-41F.Caso essas evidências sejam encontradas, terapias imunomoduladoras devem ser consideradas no tratamento de crianças com hepatite aguda grave.


Referência

  1.  BRODIN, Petter; ARDITI, Moshe. Severe acute hepatitis in children: investigate SARS-CoV-2 superantigens. The Lancet Gastroenterology & Hepatology, 2022. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/langas/article/PIIS2468-1253(22)00166-2/fulltext#%20. Acesso em: 17 de maio de 2022.


 

 


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