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Home Care: o que é e como funciona?

Home Care: o que é e como funciona?
Lilian Galligani
abr. 5 - 5 min de leitura
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Home Care significa “cuidados no lar”. Ou seja: é a continuidade do tratamento hospitalar, realizado na residência do paciente.

Na atenção domiciliar, o paciente é atendido por uma equipe multiprofissional itinerante que também sugere quais são os cuidados que devem ser adotados por familiares, cuidadores e/ou profissionais contratados pela família da pessoa doente.

O cuidado de atenção domiciliar evita hospitalizações desnecessárias. Consequentemente, os pacientes elegíveis para essa modalidade de cuidado ficam menos expostos às infecções e esse modelo potencializa uma melhor gestão dos leitos hospitalares, além do uso mais adequado dos recursos

Leia também: Quem é um paciente candidato aos Cuidados Paliativos?

O setor Home Care

O mercado de Home Care está em alta. Em junho de 2018, 676 empresas eram especializadas neste setor e esse número saltou para 830 em dezembro de 2019.

Em 2019, 292 mil pacientes precisam de atendimento de Internação Domiciliar. Caso o setor encerrasse seus serviços, seriam necessários 20.763 leitos hospitalares adicionais ao ano para os atendimentos que hoje são supridos pela área. Esses leitos representam 4,87% do total de leitos hospitalares do país, públicos e privados.

A tendência é de que o serviço continue aumentando devido ao crescimento da expectativa de vida do brasileiro e as demandas dos pacientes por humanização e tratamento individualizado. 


Quais são os pacientes elegíveis para o atendimento Home Care?

Os serviços Home Care são indicados para todos os pacientes com uma condição clínica estável e que consigam fazer o acompanhamento em casa.

O artigo 25 da Portaria Nº 2.527, de 27 de outubro de 2011 do Ministério da Saúde diz que essa modalidade de cuidado: "Destina-se aos usuários que possuam problemas de saúde e dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade de saúde, com necessidade de maior frequência de cuidado, recursos de saúde, acompanhamento contínuo e uso de equipamentos".

Saiba mais: Para melhor cuidar dos pacientes, precisamos cuidar de nós mesmos

Se você está na dúvida sobre como fazer uma triagem e avaliar se o paciente se encaixa neste perfil ou não, saiba que existem algumas escalas que podem ser adotadas nesta tarefa. A seguir, destaco algumas:

Tabela de Avaliação Para Planejamento de Atenção Domiciliar

A tabela é fornecida pelo Núcleo Nacional das Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (NEAD) e traz orientações sobre critérios da elegibilidade do paciente e quais são as especificidades que regem o trabalho do cuidador conforme as condições de saúde do paciente que consideram fatores como:

• Estado nutricional;

• Internações no último ano;

• Grau de independência (ou dependência) para realizar atividades de rotina como tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro e se alimentar;

• Nível de consciência;

• Medicações utilizadas, entre outros.

Escala de Zarit: avaliação da sobrecarga dos cuidadores

É uma escala cuja finalidade  avaliar a sobrecarga dos cuidadores de idosos e que não deve ser realizada na presença do paciente.

Segundo Castelano, o estresse dos cuidadores é indicado pela pontuação da escala. Na prática, o cuidador indica a frequência do que sente em relação ao que foi perguntado.

Exemplo: "Sente que, por causa do tempo que utiliza com o seu familiar/doente já não tem tempo suficiente para você mesmo?". As respostas são: nunca; raramente; algumas vezes; frequentemente e sempre.

Importante: não há respostas certas ou erradas.

Escala Visual Analógica


A escala vai de 0 a 10. Sendo 0 sem dor, indo para o centro em 5 e 6 moderada e 10 o maior nível possível de dor. 

Escala de Braden

Muitos pacientes ficam acamados e por causa disso, podem desenvolver ulceras sob pressão. Assim é necessário a mudança de decúbito.

Além disso, a utilização da escala de Braden serve para prever o risco de úlcera por pressão. Esse cuidado está de acordo com a meta 6 de segurança do paciente, estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Joint Commission International (JCI).

Escala de Morse


Os pacientes atendidos via Home Care também precisam passar por avaliação de risco de queda. Para isso,  é indicada a escala de Morse. Assim como as escalas de Braden e Nead, essa avaliação é feita pela equipe de enfermagem.


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Referências

  1. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n º 2.527, de 27 de outubro de 2022. Disponível em: https://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/legislacao-4/redes-de-atencao-a-saude-1/rede-de-urgencia-e-emergencia/atencao-domiciliar-1/5778-portaria-n-2-527-de-27-de-outubro-de-2011-1/file. Acesso em 05 de Abril de 2022.
  2. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Metas Internacionais de Segurança do Paciente. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hc-ufmg/saude/metas-internacionais-de-seguranca-do-paciente/metas-internacionais-de-seguranca-do-paciente.Acesso em 05 de Abril de 2022.
  3. NEAD. Tabela de Avaliação para Planejamento de Atenção Domiciliar. Disponível em: https://www.neadsaude.org.br/pdfs/5-FINAL-SITE.pdf. Acesso em 05 de Abril de 2022.
  4. NEAD. Home Care cresce e se reinventa em um Brasil que envelhece. Disponível em: https://www.neadsaude.org.br/2021/05/28/home-care-cresce-e-se-reinventa-em-um-brasil-que-envelhece/. Acesso em 05 de Abril de 2022.
  5. PHELCOM. Home Care cresce no Brasil. Quais são os desafios dessa área? Disponível em: https://phelcom.com/blog/home-care/. Acesso em 05 de Abril de 2022.


 

 

 


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