Médico, e se a vida te pregar uma peça?
*infopost
Diariamente estamos lidando com o limiar entre vida e morte, doença e saúde. Faz parte da nossa rotina. É isso que resolvemos fazer, é a vida e doença o nosso trabalho. Ainda mais no pronto socorro e principalmente quando começamos a nossa trajetória como profissionais médicos.
Infarto, AVC, coledocolitíase, paralisias, acidentes automobilísticos, quedas de mesmo nível, convulsões, bronco espasmos, asma, pneumonia, sepse, cólica nefrética, câncer, entre tantos outros agravos, atendemos a todos como nossa função primordial.
Nossas mãos percorrem o corpo de nossos pacientes em busca de melhorar o entendimento sobre o agravo que o levou até alí. Manobras para exacerbar sinais. Ações que resgatam aqueles que estão caminhando em direção a Luz... O que seria de nós médicos sem nossas mãos?
Não poderíamos fechar um diagnóstico, não poderíamos intubar, não poderíamos drenar um tórax, não poderíamos ser médicos. Aos politiqueiros da inclusão eu sinto muito! Simplesmente não há como ser médico sem tato, sem visão e sem audição. Não é compatível! É preciso ver, pegar, e principalmente ouvir.
Em março deste ano, uma corridinha até o carro tirou temporariamente meu tato, meu polegar opositor. Uma corridinha e uma queda de mesma altura resultou em uma fratura de Colles (rádio distal, tá eu sei que é uma fratura frequente em idosos) que me impediu de trabalhar por 6 semanas. Como alguns já sabem, sou médico plantonista de Pronto Socorro. Ou seja, nestes dias fiquei incapaz para o meu trabalho e seria perigosamente insuficiente para prestar um atendimento intervencionista necessário caso a situação exigisse.
Sou médico terceirizado e presto serviço aos hospitais da região. Logo, após um acidente tão banal, não tinha mais renda, não tinha mais de onde receber pelo meu trabalho como plantonista. E o melhor (ironia) de tudo, sou profissional liberal e o atestado médico não tem valor nenhum para mim, pois leis trabalhistas não se aplicam a maioria dos médicos.
Resultado:
Foram 45 dias sem trabalhar e sem receber. Por não me programar adequadamente, esse período feriu gravemente minhas finanças pessoas, cujas cicatrizes ainda estão aparentes. Contas acumuladas e escolhendo quais delas pagar primeiro de acordo com o juros mais baixo.
Apesar de falar em vários momentos aqui no Academia Médica sobre planejamento e segurança financeira, falhei absurdamente com meus próprios conselhos. Pior de tudo, todos temos um amigo ou primo que trabalha com seguros. É o caso do Vitor Bezerra, que já havia tentado me vender uma apólice de vida com cobertura de DIT ( Diárias de Incapacidade Temporária). Sempre falava, vocês médicos ficam indo de carro pra cima e para baixo, estão expostos a várias “atentados” que atendem diariamente nos plantões e não cuidam de vocês mesmos.
Agora que estou de volta aos meus 5 empregos que tomei vergonha na cara e resolvi me proteger. Fui atrás da empresa do Vitor para finalmente contratar um seguro de vida que contempla invalidez permanente e morte (tomara que ninguém precise receber por isso tão cedo) e a cobertura de DIT que tanto poderia ter me ajudado. Paguei aproximadamente 2 plantões do ano pela minha segurança financeira para uma diária de 300 reais de sinistro.
Espero não ter que utilizar este tipo de serviço, mas caso o acaso bata a minha porta novamente acredito que será muito menos doloroso, pelo menos para o meu bolso.
Compartiho com vocês os contatos da corretora do Vitor (Nossa Seguradora) e a modalidade de seguro que escolhi.
No site da empresa o Vitor, encontrei esta definição sobre o DIT:
Diária por Incapacidade Temporária (DIT) - profissionais liberais podem contar com a cobertura de Diárias Por Incapacidade Temporária para garantir os rendimentos em caso de imprevistos que o afaste do trabalho. As diárias são pagas de acordo com o valor contratado, a partir do 16º dia de afastamento das suas atividades profissionais devido a doenças e acidentes pessoais cobertos, decorrentes de eventos cobertos conforme Condições Gerais do seguro. Benefícios: Pagamento de até 365 diárias por evento. Diárias de R$ 40,00 até R$ 600,00. Opção de contratar as diárias a partir do 8º dia de afastamento.