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Médicos de nós mesmos

Médicos de nós mesmos
Medicina em Crônicas - Elomar R. Moura
jun. 25 - 2 min de leitura
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Sempre me ocorreu pensar que o exercício da medicina e as especialidades trariam uma pista sobre o ser humano por detrás do profissional.

Não que seja uma relação direta e incontestável, como, por exemplo, uma criança que cresceu sofrendo de problemas renais, tornar-se nefrologista ou também uma jovem cardiologista que teve um parente querido acometido por um infarto. Além disso, perceber que por vezes existe um traço biográfico no exercício da nossa função.

A impressão que carrego é que antes de médicos dos outros, somos médicos de nós mesmos. Antes de propor atenção a outrem, teremos esse foco voltado para o nosso íntimo.

Entender que uma problemática pessoal prévia pode frutificar em uma profissão do cuidado ao outro acerca da mesma questão que outrora fora sua, é algo esclarecedor.

Então não seria inverossímil um reumatologista que sofre de artrite reumatoide ou o oncologista que teve um pai com linfoma, em certa medida seria até bom um psiquiatra que em certo momento conviveu com a depressão.

A princípio um erro, entrar na medicina para buscar suas próprias respostas, a depender do seu trajeto, pode significar-se o fundamento central da empatia. Originada do grego empatheia, que por preferência pessoal gosto da definição de uma a relação entre o médico e o paciente em que um projeta no outro o problema de saúde.

A especialidade médica pode revelar mais que uma habilidade profissional de cuidar do outro, mas em certa medida, uma proficiência do autocuidado.

 


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