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Microplásticos são encontrados no sangue humano pela primeira vez

Microplásticos são encontrados no sangue humano pela primeira vez
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mar. 28 - 3 min de leitura
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As partículas de plástico são poluentes onipresentes no ambiente e na cadeia alimentar, mas nenhum estudo até o momento havia relatado a exposição interna de partículas de plástico no sangue humano.

 Enormes quantidades de resíduos plásticos são despejadas no meio ambiente e os microplásticos agora contaminam todo o planeta, desde o cume do Monte Everest até os oceanos mais profundos. Já se sabia, há muito tempo, que os seres humanos consomem partículas de plástico por meio de alimentos e água, além de inalá-las, e essas micropartículas de plástico já foram encontradas nas fezes de bebês e adultos e até na placenta humana.

Uma nova pesquisa, publicada na revista Environment International, adaptou as técnicas existentes para detectar e analisar partículas tão pequenas quanto 0,0007 mm.

Nela, os cientistas analisaram amostras de sangue de 22 doadores anônimos (todos adultos saudáveis) ​​e encontraram partículas de plástico em 17 voluntários (77,3%). Metade das amostras continha plástico PET, que é comumente usado em garrafas de bebidas, enquanto um terço continha poliestireno, usado para embalar alimentos e outros produtos. Um quarto das amostras de sangue continha polietileno, derivado a partir do qual são feitas sacolas plásticas.

Algumas das amostras de sangue continham dois ou três tipos de plástico. A equipe usou agulhas de seringa de aço e tubos de vidro para evitar contaminação e testou os níveis de microplásticos.

Este estudo pioneiro de biomonitoramento humano demonstrou que as partículas de plástico são biodisponíveis para absorção na corrente sanguínea humana, e mostra que as partículas podem viajar pelo corpo e se alojar em órgãos, embora o real impacto destes compostos na saúde ainda seja desconhecido.  Os autores defendem que pesquisas mais detalhadas sobre como micro e nanoplásticos afetam as estruturas e processos do corpo humano e se e como eles podem transformar células e induzir doenças são urgentemente necessários, principalmente devido ao aumento exponencial da produção de plástico, que deve dobrar até 2040. 

 

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Referência

1. Heather A. Leslie, Martin J. M. van Velzen, Sicco H. Brandsma, Dick Vethaak, Juan J. Garcia-Vallejo, Marja H. Lamoree. Discovery and quantification of plastic particle pollution in human blood. Environment International, 2022, 107199,
ISSN 0160-4120, https://doi.org/10.1016/j.envint.2022.107199. Disponível em https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0160412022001258. Acesso em março de 2022.


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