A Febre do Oropouche é uma arbovirose causada pelo vírus Oropouche, um membro do gênero Orthobunyavirus da família Peribunyaviridae. Identificado pela primeira vez no Brasil em 1960, o vírus foi isolado de um bicho-preguiça durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, tanto casos isolados quanto surtos da doença foram reportados principalmente na região Amazônica, com incidências também em outros países da América Latina, como Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela.
🚩Transmissão e Ciclos da Doença
O principal vetor da Febre do Oropouche é o mosquito Culicoides paraenses, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. A transmissão ocorre quando um mosquito infectado pica um ser humano, transferindo o vírus. Existem dois ciclos de transmissão conhecidos:
1. Ciclo Silvestre: Inclui animais como bichos-preguiça e macacos, com mosquitos como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus atuando como vetores.
2. Ciclo Urbano: Onde os humanos são os principais hospedeiros, com o mosquito Culicoides paraenses como vetor principal, e o Culex quinquefasciatus, presente em ambientes urbanos, podendo ocasionalmente transmitir o vírus.
🚩Sintomas e Diagnóstico
Os sintomas da Febre do Oropouche são similares aos da dengue e chikungunya, incluindo dor de cabeça, dores musculares e articulares, náuseas e diarreia. O diagnóstico é baseado em critérios clínicos, epidemiológicos e laboratoriais, sendo a doença de notificação compulsória devido ao seu potencial epidêmico e alta capacidade de mutação.
🚩Prevenção e Controle
Não existe tratamento específico para a Febre do Oropouche. Recomendações incluem:
- Evitar áreas com alta presença de mosquitos.
- Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas.
- Manter ambientes limpos e livres de possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.
🚩Ações do Ministério da Saúde
Recentemente, o Ministério da Saúde brasileiro tem intensificado esforços para combater a Febre do Oropouche, incluindo:
- Monitoramento permanente através da Sala Nacional de Arboviroses.
- Publicação de nota técnica com orientações para prevenção e controle.
- Aquisição de 380 mil testes adicionais para diagnóstico em 2024.
- Elaboração do Plano de Enfrentamento da Dengue e outras Arboviroses 2024/2025.
- Realização de webinários e visitas técnicas para investigação e suporte local.
A conscientização e educação continuada sobre a Febre do Oropouche são cruciais para profissionais de saúde e para a população em geral. É essencial que todos estejam informados sobre os sintomas e medidas preventivas para ajudar a controlar a disseminação deste vírus potencialmente epidêmico.
Referências:
- Ministério da Saúde. (s.d.). Febre do Oropouche. Governo do Brasil. Recuperado em [data de acesso], de https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/oropouche
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Ministério da Saúde. (2024). Entenda os sinais e sintomas da febre do Oropouche e saiba como prevenir. Governo do Brasil. Recuperado em [data de acesso], de https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/julho/entenda-os-sinais-e-sintomas-da-febre-do-oropouche-e-saiba-como-prevenir